A Operação Oxóssi prendeu dois suspeitos de integrar. no Espírito Santo, uma organização criminosa internacional que traficava animais silvestres para o exterior e para o comércio no Rio de Janeiro. Ao todo, foram cumpridos 102 mandados de prisão preventiva e 140 mandados de busca e apreensão nos em nove estados.
Um dos mandados de prisão preventiva cumpridos no Estado atingiu um caminhoneiro de 30 anos, no município de Venda Nova do Imigrante, acusado de transportar animais da Bahia e de regiões capixabas para as feiras livres de Caxias, Honório Gurgel e Areia Branca, todas no Rio de Janeiro.
O segundo suspeito foi detido em Linhares. Com 42 anos, o homem foi acusado de atuar na compra e venda de espécies da fauna brasileira. Ambos foram conduzidos à sede da Polícia Federal, em Vila Velha, onde estão à disposição da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Para a atuação nos nove estados foram mobilizados 450 policiais federais do Pará, Maranhão, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. A informação da PF é que há procurados também em Portugal, Suíça e Republica Tcheca.
As investigações para a realização da Operação Oxóssi foram iniciadas em janeiro de 2008 e apontaram que os envolvidos chegavam a comercializar até 500 mil animais por ano. Entre as espécies negociadas estão aves, jibóias, onças-pintadas, veados-mateiros e macacos-prego.
Os suspeitos são acusados de crime ambiental, receptação, contrabando e formação de quadrilha.
Além da Polícia Federal, a operação contou com a colaboração do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Ibama), Marinha do Brasil e autoridades policiais da República Tcheca.
Combate ao crime no Estado
Apenas decorridos 35 dias de 2009, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama-ES) já havia apreendido 357 pássaros que eram mantidos de forma ilegal por criminosos no Estado. As aves, segundo os órgãos, foram encontradas em Cariacica, Grande Vitória, Cachoeiro de Itapemirim, entre outros municípios e, em sua maioria, os casos tiveram solidariedade de moradores da região, que denunciaram os cativeiros.
Segundo o Ibama, as apreensões se devem principalmente à fiscalização, que aumentou no Estado, e à conscientização da população, que a cada dia mais está denunciando. Grande parte dos animais apreendidos está em extinção e eles foram encaminhados para o Centro de Reintrodução de Animais Silvestres (Cereias), no norte do Estado.
Para cada 10 animais retirados indevidamente da natureza, nove não sobrevivem aos primeiros meses de cativeiro. Além do Papagaio Chuá, são constantemente encontrados em cativeiros ilegais no Estado pássaros da espécie Catatau, Azulão, Curió, todos ameaçados de extinção.
Segundo o Ibama, manter animais da fauna silvestre brasileira em cativeiro sem a autorização do órgão competente é crime.
(Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 12/03/2009)