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hidrelétrica de jirau
2009-03-12
Escada rolante e engarrafamento são algumas das novidades que as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (RO), estão levando para Porto Velho, capital do estado.  Consideradas um novo ciclo econômico para a região, as usinas - em fase inicial de construção - já modificam a paisagem e a rotina do município.

O custo estimado dos empreendimentos é de R$ 21 bilhões, mas de acordo com o professor da Universidade Federal de Rondônia, Sílvio Persivo, só a Usina de Jirau deve injetar R$ 42 bilhões na economia local nos próximos seis anos.  "É o chamado efeito multiplicador.  Porto Velho vai deixar de ser uma cidade de médio porte para ser grande", prevê.

A lotação da rede hoteleira e o recorde de emplacamentos de veículos novos estão entre os sintomas do que já é chamado de "efeito usina" pelos moradores.  A inauguração do primeiro shopping da cidade (com as primeiras escadas rolantes), em novembro, lotou os hotéis e provocou engarrafamentos inéditos nas redondezas.

Segundo a Federação do Comércio (Fecomercio) do estado, os resultados dos primeiros meses superaram com folga as expectativas dos lojistas.  "As grandes redes não estão conseguindo manter os estoques", afirmou o presidente da entidade, Francisco Linhares.

Para o administrador Antônio Wilson, gerente da maior concessionária de veículos da cidade, o momento não poderia ser melhor.  A loja tem nada menos do que 120 veículos encomendados à fábrica para atender os clientes na lista de espera.  "Por causa da crise, as montadoras diminuíram a produção, mas a demanda aqui continua alta", disse.

Em 2008, 8.274 veículos novos foram emplacados na capital rondoniense.  "É um número recorde.  E foi um crescimento de cerca de 30% em relação ao ano anterior".

Na contramão do restante do setor no país, a previsão de Wilson é de novas contratações para 2009.  "Meu objetivo é não fazer nenhuma demissão por causa da crise.  Pelo contrário, vamos expandir o quadro em pelo menos 20%", calculou.

No setor imobiliário,130 novos edifícios estão em construção e o metro quadrado dos novos investimentos já é avaliado em R$ 2,5 mil, comparável ao de cidades como Brasília ou São Paulo.

No entanto, apesar da euforia, o município ainda não tem infra-estrutura para suportar a pressão demográfica e a expansão econômica projetada pelas usinas, como reconhece Linhares, da Fecomercio.  "Você não faz uma cidade pensando em fazer uma hidrelétrica.  A usina vem depois, e todas as necessidades recaem sobre a cidade".

Para o taxista Jurandir Souza, a onda de crescimento econômico trazida pelas hidrelétricas deveria ser aproveitada para impulsionar outros investimentos na cidade.  "As usinas são importantes, mas a gente quer ter aqui indústrias de sapatos, de móveis, de alimentos.  Investimentos que fiquem depois, que tragam benefícios para a população quando a obra acabar", defendeu.

(Rondonoticias, Amazonia.org, 11/03/2009)

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