Cerca de 300 ativistas do Greenpeace bloquearam as saídas do prédio onde ministros de finanças da Europa se reuniram. Se bilhões de dólares podem ser usados para salvar bancos falidos e seus gerentes, porque o mesmo não pode ser feito para salvar algo bem mais importante - o nosso planeta? Para exigir uma resposta, cerca de 300 ativistas do Greenpeace, de 20 diferentes países da Europa, bloquearam nesta terça-feira as saídas do prédio onde se reuniam ministros de finanças da União Européia. A polícia de Bruxelas entrou em ação e todos os manifestantes foram presos. A truculência policial levou três de nossos ativistas para o hospital. Os demais continuam na cadeia, mas nenhuma acusação formal foi feita até o momento.
Estava em discussão na reunião ministerial o financiamento para países em desenvolvimento combaterem as mudanças climáticas. Mas ao contrário dos pacotes rapidamente desenhados e postos em prática para salvar o sistema financeiro, salvar o planeta ainda encontra muita relutância e discussões infrutíferas. "Estamos aqui para assegurar que eles coloquem dinheiro na mesa para enfrentar as mudanças climáticas", disse Thomas Henningsen, da campanha de clilma do Greenpeace Internacional. "Se o planeta fosse um banco, certamente receberia dinheiro."
As decisões tomadas hoje em Bruxelas vão influenciar diretamente a posição da Europa na reunião da ONU sobre clima marcada para dezembro em Copenhague, na Dinamarca. Uma nova reunião será feita na capital belga, nos próximos dias 19 e 20 de março, com chefes de Estado de toda a Europa, para bater o martelo sobre o tamanho do suporte financeiro que será dado aos países em desenvolvimento para enfrentar as mudanças climáticas.
Para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa e lidar com os impactos das mudanças climáticas, os países em desenvolvimento precisam de pelo menos 110 bilhões de euros por ano, até 2020, dos países ricos. A parte dos países europeus seria de pelo menos 35 bilhões de euros por ano, algo como 1,30 euro por semana por cidadão europeu - o preço médio de um bilhete de ônibus na Europa.
"Nossos líderes fracassaram em responder aos sinais de alerta para a crise financeira e nós agora estamos pagando o preço. Não podemos deixar que eles cometam o mesmo erro com a crise climática. Investimento substancial deve ser feito agora para se evitar as mudanças climáticas, caso contrário nos custará literalmente a terra", afirmou Joris den Blanken, diretor de política climática do Greenpeace Europa.
Para ajudar a levantar esses recursos, o Greenpeace apóia um novo sistema que coloca uma etiqueta de preço nas emissões de gases do efeito estufa e pede para que os países ricos paguem por sua 'pegada de carbono' de acordo com suas possibilidade e sua responsabilidade no problema.
(Greenpeace, 11/03/2009)