A Aracruz Celulose demitiu ontem 37 funcionários da planta de Guaiba, que se somam a outros 20 cortes registrados desde janeiro, conforme o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Papel, Papelão e Cortiça do município. A entidade contabilizou dispensa de 1,2 mil dos 1,7 mil terceirizados desde a suspensão da duplicação da fábrica, anunciada em 17 de outubro.
A Aracruz explicou, por meio de comunicado, que as 37 demissões de ontem se devem à necessidade de adequar a estrutura da empresa à atual realidade de mercado e ao adiamento, por dois anos, da expansão no Rio Grande do Sul. A empresa alega que, com a suspensão da ampliação e a queda no consumo e na exportação de celulose, se viu obrigada a reduzir o quadro de funcionários. Entre os profissionais dispensados estão pessoas que se preparavam para a aposentadoria. A Aracruz prevê que o mercado volte à normalidade e que o projeto de expansão seja retomado em 2011.
Apesar de a maioria dos funcionários terceirizados ter sido demitida, o número de cortes nos empregos diretos não é considerado em massa, visto que foram 57 dispensas de 485 postos de trabalho. Para o presidente do sindicato, João Caldas, as demissões de diretos são reflexo da mudança do poder acionário da empresa, adquirida pela Votorantim Celulose e Papel. Segundo ele, pode haver mais dispensas hoje.
Uma das pessoas demitidas contou que foram feitos cortes em várias áreas, desde administração até a produção, e afirmou que a Aracruz alegou redução de custos.
(Correio do Povo, 10/03/2009)