Na madrugada da quarta-feira (4), fiscais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Ibama impediram o desmatamento de uma floresta nativa no Distrito do Mojuí, entre a BR-163 e a PA-370, no município de Santarém, oeste do Pará. Quando os agentes dos dois órgãos chegaram ao local, um hectare de mata havia sido derrubada. “A devastação poderia ter sido maior, talvez mais de 20 hectares. Chegamos a tempo de impedir um estrago de grandes proporções”, afirma o analista ambiental do Ibama, Severiano Pontes, coordenador da ação.
O responsável pelo desmatamento foi multado em R$ 5 mil pelo crime e teve maquinários, como trator de esteiras e motoserras, apreendidos. Segundo Pontes, a equipe ainda apreendeu dois caminhões que estavam transportando produto de exploração ilegal sem nota. “Flagramos também uma carreta que levava madeira serrada com guia florestal incoerente, visto que a placa do ‘cavalo’ - veículo que puxa a carreta - não constava na guia”, afirma.
Madeira camuflada tenta despistar fiscalização em Porto de Santarém
Também na quarta-feira à tarde, outra equipe da Gerência do Ibama/ICMBio Pará apreendeu mais um caminhão que estava com madeira ilegal no Porto do DR, em Santarém. “O veículo é do tipo carga-seca porque não é próprio para carregamento de madeira. Além disso, estava debaixo de lona, para tentar despistar a fiscalização”, conta Vanderlei Santos, que coordenou a ação no Porto.
Em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Secretaria Estadual da Fazenda (SEFA) os caminhões apreendidos foram levados para um depósito no município de Marituba, e ficarão sob a guarda da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (Sema), que providenciará o leilão das madeiras apreendidas.
No último dia 28, outros seis caminhões que vinham de Tomé Açu foram apreendidos na BR 010, km 24, por carregarem madeira sem a nota fiscal e a guia florestal. A carga total, de 84 metros cúbicos de madeira, iria para São Paulo quando foi encontrada na rodovia pelos fiscais do Ibama, no município de Dom Eliseu.
No total, 14 caminhões foram apreendidos em menos de uma semana. Tais apreensões são reflexo das ações dos agentes de fiscalização em descobrir ações ilícitas de empresas “fantasmas” que atuam no estado do Pará.
Muitas dessas empresas já estão bloqueadas nos sistemas de comércio de produtos florestais (DOF/Sisflora) por comercialização ilegal de produto florestal. Com a falta de crédito “fantasma” nos sistema de comercialização de produtos florestais, muitas empresas se arriscam no transporte de cargas de madeira pelas estradas do estado sem qualquer guia florestal.
(Por Luciana Melo, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade,
Amazonia.org, 09/03/2009 )