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plano diretor de são paulo mercado imobiliário
2009-03-10
O sonho de uma noite de verão vivido pelas empresas imobiliárias nos anos de 2006 e 2007, quando captaram mais de R$ 12 bilhões com as ofertas públicas de ações, começou a se transformar em pesadelo no ano passado. A corrida por terrenos e o consequente esvaziamento do caixa pegou a maior parte das empresas no contrapé quando o crédito começou a escassear. Sem recursos para construir os R$ 25 bilhões em projetos que lançaram em 2007, muitas tiveram que rever suas expectativas. Como consequência, as ações das empresas do setor despencaram, em média, mais de 80%.

Além do potencial de geração de receita, o gigantesco banco de terrenos que as empresas têm compõem um ativo importante não só para executar projetos, mas também para gerar capital, caso haja necessidade em um momento de pouca liquidez. De acordo as regras estabelecidas no Plano Diretor atual, uma empresa pode construir no máximo quatro vezes o tamanho do terreno.

E para construir acima da cota prevista é preciso comprar a "área" excedente por meio de um instrumento chamado de outorga onerosa, que depende de um estoque virtual pré-definido no Plano Diretor atual. Muitos deles estão próximos ou fazem parte das Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), áreas que, por lei, são destinadas a construção de imóveis populares.

A pressão do setor é para aumentar esse limite máximo, principalmente nas áreas da cidade onde existe uma boa infraestrutura de transporte e, consequentemente, mais valorizadas. Querem também que as Zeis localizadas em áreas de grande demanda sejam deslocadas para regiões periféricas, além de uma ampliação dos estoques disponíveis para compra por meio da concessão onerosa. "O desenvolvimento precisa se dar de forma economicamente viável, não podemos ter diretrizes utópicas," diz o diretor imobiliário do Sinduscon, o Sindicato das Construtoras, Odair Senza.

Se de fato conseguir aumentar os limites o setor ganha duas vezes. Amplia a margem de retorno dos empreendimentos por conta da redução do preço do terreno no seu custo total e também valoriza de forma considerável seus ativos imobilizados.

(Por Yan Boechat, Valor Econômico, 10/03/2009)

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