Projeto realiza no Rio dos Sinos nova soltura de peixes
colocação de peixes
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2009-03-10
O Projeto Dourado deve realizar hoje (10/03) uma nova soltura de cerca de 100 peixes na cabeceira do Rio dos Sinos, no município de Caraá. A exemplo da atividade realizada no dia 27 de janeiro, parte dos peixes (cerca de 10%) receberão o implante de um transmissor, que será colocado pouco antes da soltura. Os trabalhos começam às 6 horas da manhã, com a saída da área de reprodução dos peixes, no bairro Feitoria, em São Leopoldo.
Depois da viagem até Caraá, os dourados serão colocados em pontos pré-determinados do rio, na localidade de Fraga, onde estão condições ideais de profundidade e disposição de alimentos, para evitar que os animais se dispersem.
Segundo o coordenador técnico do Projeto Dourado, Uwe Schulz, os peixes com transmissores serão rastreados com bases fixas e até com o uso de aviões, nos próximos meses. A idéia é avaliar o comportamento de peixes jovens no Rio dos Sinos, indicando para onde eles migram durante sua fase de crescimento e, principalmente, quantos deles acabam descendo o rio até o Jacuí, saindo do sistema hídrico do Sinos.
“Isso vai ser importante para sabermos, da hora de executarmos projetos de repovoamento, quantos peixes poderemos soltar e onde, para o trabalho ser mais eficaz”, assinala Schulz, que é professor de Biologia e coordenador do Laboratório de Peixes da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo.
O Projeto Dourado é uma iniciativa do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio dos Sinos (Comitesinos) e da Unisinos, com patrocínio do Programa Petrobras Ambiental. Esta não é a primeira vez em que o estudo da espécie dourado tem soltura de peixes no Sinos. Em 2002, o Projeto Peixe Dourado teve 25 peixes soltos no rio, com radio transmissores. “Daquela vez, eram espécies adultos, que acabaram rapidamente formando território. Agora, são peixes juvenis, que têm uma tendência maior de migração, para procurarem seu espaço no rio”, assinala Schulz.
O problema da pesca
Tanto no primeiro estudo,em 2002, como na etapa que está sendo realizada desde janeiro e que abrange a atividade da próxima terça-feira, o principal inimigo do projeto de repovoamento do Rio dos Sinos é a pesca. “Precisamos destes dados para trazer o dourado de volta ao Sinos. Porém, da primeira vez tivemos muitos transmissores perdidos pela captura desses peixes. Agora, antes mesmo de soltarmos as novas levas, percebemos que muita gente está pescando rio acima, inclusive com redes”, explica o coordenador.
Schulz conta que os peixes precisam ser soltos agora porque é o momento certo, tanto pelo ciclo de vida dos peixes, como nos prazos da pesquisa. “O projeto acabou atrasando pela enchente do Rio dos Sinos, que no ano passado invadiu os criatórios e levou os alevinos e matrizes.” Os pesquisadores conseguiram mais prazo dos financiadores da pesquisa e têm prazo para apresentarem seus relatórios. “As pessoas precisariam se conscientizar que devem evitar a pesca de dourados, para o bem do rio. Vamos torcer para isso”, conclui Schulz.
(Por Castor Becker Júnior, Assessoria de imprensa do Comitesinos, 10/03/2009)