A proposta do município é combater o lixo que fica à mercê do tempo
Há duas semanas, o catador Anildo José Soares da Silva, 54 anos, vem acompanhando de perto a construção do Depósito de Resíduos Reciclados, o Entre Posto de Campo Bom. Esse local receberá a coleta diária do catador, que terá seu material pesado e enfardado para receber o valor do produto reciclado.
O prédio de alvenaria, que tem 300 metros quadrados e localiza-se na área do Distrito Industrial Sul, está sendo construído com R$ 600 mil fornecidos pelo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O terreno foi cedido pela prefeitura e a previsão para o término das obras é em maio.
Anildo Soares é um dos 15 catadores cadastrados que, ao invés de levar para sua casas as garrafas PET, plástico, latinhas, papelão, ferro e outros materias, irá separar tudo no Entre Posto. Aposentado, depois de não conseguir mais emprego na indústria, o campo-bonense passou a catar material reciclável. Há quatro anos, todos os dias, ele sai do bairro Bem Viver 2 em busca de matéria-prima. "É uma forma de passar o tempo e engordar o dinheiro da família", conta ele, que vive com sua mulher e o filho de 3 anos. Mesmo diante da crise, que também afetou o mercado da reciclagem, fazendo com que os preços despencassem, mensalmente o catador consegue arrecadar 150 reais.
Segundo a titular do Departamento de Meio Ambiente de Campo Bom, Gisela Maria de Souza, a proposta é combater o lixo que fica à mercê do tempo, além de ser uma forma de organizar essa categoria. "A venda de todo material recolhido será feita diretamente ao comprador, sem passar pelo atravessador, possibilitando aos catadores que ganhem o valor real do mercado." Nas duas semanas de obras, já foi realizado o estaqueamento e a cobertura do prédio está sendo colocada.
(Jornal NH, 09/03/2009)