A boa notícia no segundo dia da Ecobuild veio da explanação feita pela ministra do planejamento e habitação Margaret Beckett, que tratou do tema “ O futuro das construções verdes na Inglaterra” . Em breve, os ingleses terão uma lei obrigando o uso de acessórios ecológicos nas construções de casas e mesmo em escolas. Em um futuro próximo, as “ecohouses”, como são chamadas aqui, serão obrigatórias , mas já começam sair das pranchetas e virar realidade. Algumas empresas oferecem kits completos com soluções para o consumidor doméstico, que inclui a combinação de energias limpas, por exemplo, eólica e solar. São vendidos como produtos acabados, completos e funcionando. É uma nova perspectiva que já se abriu para o mercado imobiliário europeu, que já estão sendo exportadas para os países do Leste e para a Ásia.
No que se refere a escolas, um dos projetos que acreditamos mais interessantes, foi o do Studio E, que, de quebra, mostra que por aqui, é realidade a preocupação de reduzir o impacto ambiental na construção e na operação dos grandes edifícios públicos, com vários exemplos prontosem funcionamento. Muito interessante foi o processo de criação desses projetos com o envolvimento dos alunos, professores e da comunidade em todos os estágios, sendo um instrumento de educação e tomada de consciência dos jovens, seus pais e educadores, transformando-os em agentes multiplicadores
Quem quiser conhecer um pouco mais, pode acessar o site http://www.studioe.co.uk/allprojects.html .
Vale destacar também algumas soluções muito simples que estão presentes na feira, como um pequeno captador de de iluminação externa (foto) instalado na cobertura que, através de um tubo refletivo, manda luz à uma lente prismática Possuem aparência e acabamento de luminárias convencionais e iluminam os ambientes de forma muito eficiente.
Outros stands mostram a quantidade enorme de soluções e empresas para instalação de Telhados Verdes em prédios novos e já existentes, com tecnologias muito mais avançadas do que as que encontramos hoje no mercado brasileiro.
Temos também uma exposição de estudantes que mostra, além da qualidade dos trabalhos apresentados, que o caminho da sustentabilidade já permeia de forma definitiva o meio acadêmico daqui. Podemos ver pelas maquetes que estão expostas a qualidade estética dos trabalhos, mostrando que para ser sustentável a arquitetura não precisa ser feia. A indústria local parece que já compreendeu que o sucesso desta transformação trilha o caminho da boa estética e encontramos aqui uma variedade impressionante de materiais ecológicos para acabamento de interiores e fachadas feitos de forma a proporcionar ao arquiteto uma gama de opções que valorizam o desenho arquitetônico.
Os temas voltados às cidades serão tratados no último dia feira mas já foi possível conhecer projetos de casas e até mesmo condomínios , que propõe alternativas para alguns problemas urbanos , incluindo a agricultura urbana, ou a produção de alimentos para o consumo próprio. O link pode dar uma idéia do que estamos falando.
Amanhã, deveremos ter mais informações a esse respeito. Por hoje, essas foram as novidades que nos chamaram mais a atenção.
(Por Frank Siciliano e Marcelo Todescan, especial para a Envolverde, 05/03/2009)
* Marcelo Todescan é arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie com 20 anos de experiência profissional responsável por diversos projetos em diversas áreas, com cursos de extensão universitária em Direito Ambiental nas Faculdades Metropolitanas Unidas e treinamento em Ecovilas, Permacultura, Bio-Construção, Energia Renováveis, Saúde nas Ecovilas e Ecologia Profunda. Membro da Ecovillage Network of the Américas – Brasil.
* Frank Siciliano é arquiteto formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie com 20 anos de experiência profissional responsável por diversos projetos na área da saúde, com cursos de extensão universitária em Planejamento de Campos Universitários e Instalações Esportivas na Republica Federal da Alemanha e treinamento em Ecovilas, Permacultura, Bio-Construção, Energia Renováveis, Saúde nas Ecovilas e Ecologia Profunda.