O alerta foi feito por uma pesquisa britância e é direcionado principalmente para países em desenvolvimento. Essas nações, entre elas o Brasil, devem sofrer uma intensificação de problemas como a desnutrição e mortalidade infantil.
O estudo foi publicado pela organização não governamental britânica Instituto Internacional para o Meio ambiente e o Desenvolvimento (IIED, na sigla em inglês). A pesquisa mostra que acidentes naturais, como enchentes e deslizamentos, já são responsáveis pela morte de quatro milhões de crianças por ano em todo o mundo. Um número que pode ser duplicado com a elevação da temperatura do planeta causada pelas emissões de gases poluentes na atmosfera. As secas e mudanças no regime das chuvas devem gerar um aumento no preço dos alimentos e ser um agravante para a desnutrição.
As migrações por causa desses desastre naturais devem deixar milhares de crianças sem acesso ao ensino. Cerca de 175 milhões de crianças vão abandonar suas casas devido a catástrofes climáticas. Outro preço amargo dessa realidade é que em situação de pós-emergência meninos e meninas tendem a sofrer mais violência física e sexual.
O estudo é uma alerta sobre as conseqüências de não se considerar os impactos sobre a infância ao combater o aquecimento global. “Se as discussões sobre os impactos das mudanças climáticas falharem em levar em conta as vulnerabilidades particulares de crianças de diferentes idades, as medidas de prevenção e adaptação podem se demonstrar inadequadas de diversas maneiras, e podem até mesmo resultar em prejuízos adicionais para a saúde e a mente de meninos e meninas”, afirma David Bull, diretor do Unicef na Inglaterra.
O assunto vai ser foco de debates nos próximos meses no site da Agência de Notícias sobre o Direito a Infância (Andi).
(Por Juliana Arini, O Globo, 05/03/2009)