Com grande oferta de área disponível e condições climáticas favoráveis, o Brasil tem despertado o interesse de fundos estrangeiros que investem na plantação de florestas com fins comerciais, conhecidos como Timos (Timber Investment Management Organization). Esse tipo de investimento começou a se desenvolver na metade da década de 80 nos Estados Unidos e está despertando a atenção de gestores locais.
A Claritas Investimentos lançou em janeiro o Fundo de Investimento em Participação (FIP) Floresta do Brasil, de R$ 101,8 milhões, com foco na venda de madeira para o mercado de celulose, energia e ferraria. Segundo o gestor e corresponsável pelos projetos florestais da Claritas, Marcelo Sales, os investimentos serão realizados por meio da Corus Agroflorestal. Cerca de 25% desses recursos foram captados com investidores estrangeiros.
Nos últimos anos, grandes gestores têm realizado negócios no País, seja pela parceria com um sócio local ou investimentos diretos na plantação de florestas. Um dos primeiros a chegar foi a Global Forest Partners (GFP), que adquiriu em 2001 as florestas da antiga Pisa no Paraná. Outros grandes Timos também já mantêm negócios no Brasil.
É o caso da gestora norte-americana Hancock Timber Resources Group (HTRG), considerado o maior Timo do mundo, com US$ 8,5 bilhões de ativos sob gestão, que chegou no País em 2005 e é proprietária de 20 mil hectares de florestas de pínus no Paraná. O RMK Timberland Group, com cerca de US$ 1 bilhão sob gestão, também tem negócios nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Com US$ 2,5 bilhões de ativos sob gestão, o Phaunos Timber Fund deve investir US$ 150 milhões no Brasil até o final deste ano, em parceria com a gestora local Nemus.
(Por Silvia Rosa, Gazeta Mercantil, 04/03/2009)