Um dos vilões da gestão urbana - o lixo - está em debate a partir de hoje (04), em Curitiba (PR). As tendências mundiais em tratamento e disponibilização de resíduos estão em discussão, assim como as soluções mais viáveis para cada tipo de material. América Latina, Europa e Ásia são representadas no Seminário Internacional WasteNet, uma rede de cooperação que reúne pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa para troca de experiências e desenvolvimento de estudos em prol do manejo sustentável de resíduos sólidos.
O maior desafio da atualidade, de acordo com o consultor técnico do Senai, Élcio Herbst, é colocar em prática a política nacional de resíduos sólidos. “O processo está em andamento há cerca de 15 anos, mas ainda falta uma clara definição dos responsáveis”, diz, “a legislação é boa, mas ainda há dificuldade de colocá-la em prática”. É preciso deixar claro a responsabilidade dos fabricantes e dos consumidores.
Um dos grandes problemas nas grandes cidades é a disposição dos resíduos em aterros sanitários, segundo Herbst. Apenas o que não pode ser reutilizado ou reciclado deveria ter esse fim, segundo ele, o lixo orgânico pode ser aproveitado na compostagem, como húmus ou ser utilizado como fonte de energia. “Dessa maneira não há comprometimento no tempo de vida útil do aterro” conclui.
Os resíduos eletrônicos e sua destinação correta também entram na pauta. A velocidade com que surgem as novidades tecnológicas faz com esse tipo de lixo aumente cada vez mais e nem sempre o destino dado a esses materiais é adequado. Produtos com baterias, pilhas e outros itens nocivos, acabam, também, nos aterros sanitários.
O Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis participa do Seminário. Na quinta-feira (05), a representante do movimento no Paraná, Marilza Aparecida de Lima, profere palestra sobre o papel desses trabalhadores. Organizados em cooperativas, eles estão conquistando espaço e desempenhando uma importante função ambiental. A parceria com empresas além de contribuir com a renda dessa categoria, permite uma destinação correta aos resíduos. “A idéia é que as indústrias também optem por isso”, explica Herbst, “o Senai já busca essas alternativas com os catadores”.
(Por Danielle Jordan, AmbienteBrasil, 03/03/2009)