Com placas flutuantes no meio do oceano, ativistas do Greenpeace fizeram um protesto na segunda-feira, 2, em Abrolhos, no sul da Bahia. Segundo a ONG, a exploração das reservas de óleo e gás localizadas no entorno do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos é uma ameaça direta à biodiversidade marinha da região e contribui para o aquecimento global.
“Lula: ABRa os OLHOS. Salve o Clima” eram os dizeres nas faixas do protesto desta segunda. O grupo pede ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva crie uma Zona de Amortecimento (ZA), medida que protegeria o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos e contribuiria para o equilíbrio ambiental da região. Quando criada, a Zona de Amortecimento impediria atividades econômicas como a instalação de plataformas de petróleo e fazendas de camarão na região.
Em 2003, o Ibama editou a portaria 39 criando a ZA, mas a medida foi suspensa pela Justiça em 2007. Segundo a assessoria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, os estudos feitos para a criação da Zona não foram questionados, mas a Justiça julgou mais adequado que esta fosse criada pelo mesmo mecanismo do Parque, o que seria através de um decreto presidencial. O Instituto Chico Mendes, que administra o parque, afirma que a ampliação dos seus limites e a criação da Zona de Amortecimento são reivindicações antigas e que os estudos de 2003 continuariam válidos.
PRESSÃO - Desde o início de janeiro, o Greenpeace pressiona o governo brasileiro para assumir a liderança nas negociações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre clima, que ocorrerá dezembro em Copenhagen, na Dinamarca. Na ocasião, 200 países estarão reunidos para tentar chegar a um compromisso internacional para a redução efetiva de emissões de gases do efeito estufa. Rebeca Lerer, coordenadora da campanha de energia do Greenpeace, acredita que a maior contribuição que o Brasil pode dar é no incentivo ao uso de energias renováveis.
O protesto no sul da Bahia faz parte da expedição “Salvar o Planeta. É agora ou agora” do navio Arctic Sunrise do Greenpeace. As ações já passaram por Manaus, Belém, Fortaleza e Recife, seguindo para Rio de Janeiro e Santos.
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A Tarde online, 03/03/2009)