Até então modesto nas suas ambições com a cana-de-açúcar, o Rio Grande do Sul se prepara para atender ao dinâmico e mundial mercado do etanol. Mas ainda é muito acanhado o cultivo da cana no RS. A área comercial plantada é de 10 mil hectares – ao todo são 35 mil hectares. Já a produção, de 6 milhões de litros/ano, tem pouca expressão se for comparada com o consumo anual do Estado: 700 milhões de litros. E quando começar a roncar a fábrica de plástico verde da Braskem? O presidente da Emater/RS, Mário Nascimento, junto ao coordenador do projeto, agrônomo Pedro Pillon, calcula uma necessidade de ampliação da atual área plantada para 300 mil hectares. No último sábado, ele se surpreendeu ao conhecer a lavoura experimental de cana-de-açúcar (tem 16 variedades plantadas) do Centro de Atividades Agrícola e Florestal da Cotrisa, em Santo Ângelo. Na relação com outras culturas, a cana é bem mais resistente ao ambiente de escassez de chuva, típico das Missões.
200 Clones
Como o cenário para o etanol é, realmente, promissor no RS, a Emater, a Fepagro, a Embrapa e a Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro já instalaram 16 Unidades de Validação de Tecnologias. Elas testam mais de 200 clones de variedades de cana-de-açúcar em todas as regiões do Estado.
Potencial
Técnicos da Emater/RS e da Fepagro avaliam um potencial de produção no Estado de 100 toneladas de cana por hectare. Hoje essa média é de 35 toneladas/hectare. Mas os testes das Unidades de Validação, resumem Pillon e Nascimento, apontarão as regiões apropriadas para a cana, finalmente, desenvolver-se.
(Por Denise Nunes, Correio do Povo, 03/03/2009)