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biopolímeros braskem emissões de co2
2009-03-03

O projeto Polímeros Verdes, da Braskem, está nascendo com uma demanda significativa pelo plástico produzido a partir de matéria-prima vegetal. Clientes japoneses, europeus e brasileiros já estão de olho no projeto para inserirem o plástico oriundo de fonte não-fóssil em sua cadeia produtiva, de modo a conseguir cumprir metas de redução de emissões de dióxido de carbono seja em razão de compromissos com o Protocolo de Kyoto, ou por metas organizacionais de sustentabilidade.

A empresa deverá acionar a produção em nível comercial no final de 2010 ou início de 2011, mas já tem licença de instalação para a unidade, que ficará no complexo do Pólo Petroquímico de Triunfo (RS). Segundo o diretor de Comunicação Social, Nelson Letaif, a unidade irá produzir 200 mil toneladas por ano do chamado plástico verde que tem todas as propriedades de um polímero convencional, com a diferença de ser obtido a partir de fonte renovável, que captura e sequestra o dióxido de carbono.

Como o Rio Grande do Sul não produz etanol (matéria-prima do plástico verde) em quantidade suficiente para abastecer a planta, este álcool será trazido do Paraná, de São Paulo e do Mato Grosso. Conforme Leitaf, para a produção de 200 mil toneladas por ano, serão necessários pelo menos 450 mil toneladas por ano de etanol. Pelas informações que tenho, isso é tudo o que o Rio Grande do Sul consome de etanol por ano, observa.

O plástico verde tem o apelo da sustentabilidade. A demanda é maior que a oferta, pelo menos até agora, afirma Leitaf. Ele justifica que a rentabilidade do negócio fica em torno de 30%, ou seja, os clientes estão dispostos a pagar até 30% a mais para adquirir o plástico de etanol , pois sabem que estarão cumprindo metas ambientais relevantes e traduzindo este benefício em uma vantagem para a sua imagem perante o público.

O plástico participa praticamente de todas as cadeias produtivas. Algumas empresas assumiram compromissos de redução de emissões devido ao Protocolo de Kyoto, outras estão utilizando esse tipo de matéria-prima devido a seus programas de sustentabilidade e para manter a imagem, atesta. Entre as compradoras do plástico verde estão a Natura, a Brinquedos Estrela e a japonesa Shiseido, fabricante de cosméticos de luxo. Do ponto de vista ambiental, então, temos esta vantagem. Mas pensando na escassez de petróleo, há também uma vantagem sob o ponto de vista econômico, diz.

Pioneira
A Braskem foi a primeira empresa no mundo a certificar o polietileno com base vegetal, e a primeira que anunciou o projeto industrial de produção desse tipo de polímero. Temos já um potencial identificado de 600 mil toneladas por ano, no Brasil e no Exterior. Anunciamos parceria com a Shiseido, fabricante japonesa de cosméticos de luxo, assinala Leitaf. Segundo ele, a demanda maior, por enquanto, é do

A Braskem, atualmente, produz o plástico verde em planta piloto, com 1 tonelada por mês, para demonstração. A empresa Brinquedos Estrela é uma das usuárias, e, desde julho do ano passado, está fabricando o jogo Banco Imobiliário com a temática da sustentabilidade, todo ele com as peças produzidas com plástico verde, e a caixa, com papel 100% reciclado.

A Braskem tem interesse em que o RS seja produtor de cana-de-açúcar, pois assim o projeto Polímeros Verdes se torna mais competitivo, afirma a gerente de contas do projeto, Leonora Novaes. Ela reitera que a Braskem deverá consumir 700 milhões de litros de etanol em 2010, dos quais 450 milhões serão destinados à fábrica de polímeros verdes.

Para a executiva da área de Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Braskem, engenheira Carla Rangel, a grande vantagem do plástico verde é o fato de ser produzido a partir de uma matéria-prima renovável, de origem não-fóssil.

Carla ressalta que a Braskem possui estudos detalhados de ciclo de vida e ecoeficiência do polietileno produzido a partir de diferentes fontes nafta, gás natural e cana-de-açúcar, por exemplo. Verificamos que, para cada tonelada de polieileno verde, são absorvidos 2,5 toneladas de dióxido de carbono, pois a cana-de-açúcar absovre CO2 da atmosfera. Isto mostra ser esta a alternativa mais ecoeficiente para a produção de polietileno, diz. Os estudos, afirma a executiva, comparam não só a fonte de matéria-prima, mas o uso de substâncias tóxicas e de recursos naturais na produção.

Zoneamento
O Rio Grande do Sul depende de pesquisas e do zoneamento da cana-de-açúcar para poder atender a demanda por etanol para plásticos não-fósseis. Os estudos sobre plantio de cana-de-açúcar no Estado para determinar áreas com maior potencial e produtividade esperada estão sendo realizados desde 2006 pela Embrapa Clima Temperado (unidade da Embrapa localizada em Pelotas) em parceria com a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul (Fepagro), Emater e Instituto Euvaldo Lodi, da Federação das Indústrias (Fiergs).

O Projeto Etanol RS deverá receber um total de recursos de R$ 3 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia, recursos que serão destinados à prospecção de variedades de cana-de-açúcar e ao zoneamento da cana estudo que deveria ter sido lançado no final do ano passado, mas que, segundo informações da Assessoria de Comunicação da Embrapa Pelotas, será divulgado provavelmente neste mês de março.

Pesquisadores da Embrapa estão avaliando mais de 230 materiais de cana para selecionar as melhores variedades para solo gaúcho. Conforme o pesquisador Sérgio Delmar dos Anjos e Silva, da unidade de Clima Temperado da empresa, além do noroeste e do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, áreas já conhecidas pelo plantio de cana, a Metade Sul do Estado poderá abrigar certas variedades mais resistentes ao frio, com potencial de aproveitamento para a produção do etanol.

A expectativa é de que, em até dois anos, os zoneamentos indiquem os locais mais adequados ao aproveitamento da cana. Estudos preliminares apontam que o Rio Grande do Sul tem capacidade para 850 mil hectares de plantio, o equivalente a 2,83% da área estimada para o zoneamento nacional da cana, que é avaliada em 30 milhões de hectares, exclusivamente para a produção de etanol. Segundo informações do Ministério da Agricultura, para dobrar a produção atual de etanol, que hoje é de 20 bilhões de litros/ano, são necessários 7 milhões de hectares.

(Cláudia Viegas, AmbienteJÁ, 03/03/2009)


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