O projeto Cartografia da Amazônia recebeu do governo federal R$ 5,9 milhões para as atividades do primeiro trimestre deste ano. Os recursos foram repassados para a Aeronáutica, o Exército, a Marinha e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), parceiros executores da ação. O valor servirá para custear as operações de mapeamento da região, comprar navios e outros equipamentos para atualizar a cartografia náutica das principais hidrovias da região, garantindo maior segurança à navegação.
Segundo o gerente do Centro Técnico e Operacional do Sipam em Manaus (Censipam), Bruno Monteiro, a estimativa é de que, por ano, o projeto receba R$ 70 milhões para execução das atividades, até 2012. Em entrevista à Agência Brasil, Monteiro disse que as informações produzidas pelo projeto Cartografia da Amazônia poderão ser usadas para o planejamento e execução de obras de infra-estrutura na região Amazônica, no monitoramento e controle das fronteiras, na segurança náutica e ainda em estudos de ordenamento territorial.
“Cada parceiro dessa idéia [Aeronáutica, Exército, Marinha e CPRM] vai gerar produtos cartográficos desejados, a partir do investimento federal. Com isso, será possível planejar melhor as ações para a Amazônia, incluindo a instalação de rodovias e hidrelétricas, já que o projeto apresentará maior detalhamento dos mapas da região.”
Lançado em setembro do ano passado, o projeto pretende concluir a cartografia náutica, terrestre e geológica dessa localidade, que hoje apresenta quase 1,8 milhão de quilômetros quadrados sem qualquer informação cartográfica terrestre. A área total da região é de 5,2 milhões de quilômetros quadrados.
Os resultados dos projetos farão parte de um banco de dados que também deve auxiliar no monitoramento de segurança e defesa nacional, em especial nas áreas de fronteiras. Até então, as informações cartográficas existentes são do Projeto Radar na Amazônia (Radam), implantado na década de 70 para a pesquisa de recursos naturais.
O mapeamento terrestre começou no segundo semestre do ano passado por São Garbiel da Cachoeira, norte do Amazonas. Em cinco meses, de acordo com o Sipam, o Exército mapeou 158 mil quilômetros quadrados da floresta, o que equivale a todo o estado do Acre ou 27 vezes o tamanho do Distrito Federal. As chuvas características desse período na região atrasaram o cronograma inicial, prejudicando a captura das imagens e o deslocamento das equipes por terra. O projeto Cartografia da Amazônia vai custar aos cofres do governo brasileiro cerca de R$ 350 milhões, dos quais 68,5 milhões já foram liberados.
Para a realização da cartografia terrestre, serão contratadas 2.250 horas de vôo da Força Aérea Brasileira (FAB) e da iniciativa privada nacional. Também caberá a essas aeronaves fazer o sobrevôo de 445.248 quilômetros quadrados para a cartografia geológica. Uma equipe de 25 militares, orientada por GPS, trabalha diretamente na mata, transportando equipamentos que auxiliam nas operações, em coordenadas pré-determinadas, e coletando as informações. Onze pontos terrestres já foram mapeados, mas todo projeto inclui um percurso de 250 pontos.
(Por Amanda Motta,
Agência Brasil, 01/03/2009)