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escassez de água desperdício de água águas subterrâneas
2009-03-01
Conhecido pela produção de trigo e industrial, norte da China passa pela pior falta de água dos últimos 50 anos

O norte da China é seco mesmo na melhor das épocas. Mas um longo período sem chuvas reforçou a urgência dos problemas relacionados à água numa região onde são cultivados 60% das colheitas chinesas e onde residem mais de 40% de seus habitantes. A precipitação no norte equivale a apenas um quinto da chuva que incide sobre o restante da China.

A seca atual, considerada a pior já vista na região em pelo menos meio século, está prejudicando não apenas as melhores terras chinesas para o cultivo do trigo, mas também os poços que fornecem água limpa para a indústria e para milhões de pessoas.

Na aldeia de Qiaobei, no cinturão do trigo chinês, um agricultor local, Zheng Songxian, ganha a vida cultivando trigo de inverno num pequeno terreno arado, equivalente a cerca de um quinto de hectare no escarpado declive de uma colina. Seria de se esperar que ele comemorasse a oferta de uma chance para cultivar terras novas no inverno, mas não foi esta a reação dele.

Normalmente, a terra que ele foi incumbido de cultivar fica sob mais de 6 metros de água, parte do Reservatório de Luhun na Província de Henan. Mas neste inverno, Luhun perdeu a maior parte de sua água. E o terreno, que já foi o leito de um lago, tornou-se apenas mais um campo para o cultivo do trigo de inverno, definhando por causa da falta de chuva.

Zheng, de 50 anos, trabalhava nesse campo outro dia, trazendo numa das mãos um pé de trigo recém arrancado da terra. "Acho que vou perder um terço de minha colheita este ano", disse ele. "Se não chover até maio, não conseguirei colher coisa nenhuma."

Os suprimentos de água do norte da China estão secando há anos, resultado do desperdício e do uso excessivo. Os aquíferos chegaram a tal ponto de esgotamento que, em algumas regiões agrícolas, os poços precisam atingir mais de 800 metros de profundidade para encontrar água.

Até a chegada de um pouco de chuva e neve nos últimos dias, boa parte da região não tinha visto chuva desde outubro. Apesar de as pancadas terem reduzido pela metade a área mais atingida pela seca, mais de 46 mil quilômetros quadrados de terra cultivável permanecem sob risco crítico, disse o Ministério da Agricultura. Estima-se que cerca de 4,7 milhões de pessoas e 2,5 milhões de cabeças de gado não disponham de água potável.

Para o governo chinês, que já está envolvido no combate às consequências de uma crise econômica mundial, essa seca é muito inoportuna. O trigo de inverno é a segunda maior colheita do país, atrás do arroz, e a falta de água poderia aumentar o custo da irrigação e reduzir a renda dos agricultores, apesar de ter aumentado o preço do trigo cultivado pelos agricultores de outras partes do mundo.

A seca está atingindo seu auge num momento em que milhões de trabalhadores migrantes vítimas do desemprego - provocado pelo fechamento de fábricas e pela redução nos planos da área de construção civil - estão voltando das áreas urbanas para regiões onde a agricultura é a principal fonte de renda.

Funcionários do governo não escondem sua preocupação em relação à perspectiva de uma agitação cada vez maior entre os migrantes desempregados, e a falta de água e as colheitas sob risco apenas aumentam essa preocupação.

(Por Michael Wines, The New York Times, Estado de S. Paulo, 01/03/2009)

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