Embora condene a suposta participação de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no assassinato de quatro seguranças de uma fazenda em Pernambuco, o senador João Pedro (PT-AM) avalia que o episódio não desqualifica a luta da entidade por terra, crédito, educação e justiça social no campo. Ao mesmo tempo, ele criticou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, por considerar ilegal o repasse de recursos públicos a organizações envolvidas nesse tipo de ato.
- Eu não acredito que o MST, uma entidade legal, estimule assassinatos. Não se pode punir o MST pela irresponsabilidade de uns poucos em Pernambuco. A entidade merece o reconhecimento pela luta justa em defesa de terra para os trabalhadores - declarou.
Em vez de defender o corte de financiamento público a entidades como o MST, como fez o presidente do STF, João Pedro reivindica que esses repasses ocorram de forma criteriosa. O parlamentar observa que o MST organiza diversas cooperativas com esses recursos, fundamentais para manter a subsistência dos trabalhadores rurais.
Regularização fundiáriaAo reivindicar uma política pública para os trabalhadores rurais que não retire recursos de entidades como o MST, João Pedro também apelou por um "olhar social e ambiental" do Senado para a medida provisória (MP 458/09) que trata da regularização fundiária em ocupações em terras da União situadas na Amazônia Legal. A matéria encontra-se na Câmara dos Deputados.
- Se não tivermos cuidado, poderemos, em vez de fazer justiça, aprofundar problemas ambientais e sociais - advertiu.
(Por Simone Franco,
Agência Senado, 27/02/2009)