Os bugios estão à beira da extinção no Rio Grande do Sul, segundo a bióloga Thaïs Codenotti, responsável pela Equipe de Primatas (Eprim) da Universidade de Passo Fundo. O número assustador de quase 1,1 mil animais mortos desde o início do aparecimento da febre amarela no Estado, segundo dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), é preocupante, diz a pesquisadora, que tem recebido diversas denúncias de macacos mortos por moradores em diversos municípios.
Em dezembro foi registrado o primeiro caso de febre amarela em humanos em Santo Ângelo, Região das Missões. Segundo o biólogo responsável pelos dados no Cevs, Edmílson dos Santos, o registro de morte em função do vírus foi confirmado em apenas 13 animais. 'É preciso que uma equipe da vigilância sanitária do município onde o animal foi encontrado chegue ao local em até oito horas após a sua morte. Só assim é possível fazer a coleta do material para análise.' Até agora, apenas 58 municípios dos 92 listados como área de risco pela Secretaria Estadual da Saúde tiveram a confirmação de circulação do vírus.
'Nos casos onde é impossível fazer a coleta de material para análise, os técnicos municipais observam se há vestígio de marcas de balas ou outros sinais que indiquem morte causada por humanos', afirmou Santos, lembrando que não há registro de morte provocada por humanos. Mas Thaïs cita outras formas de matar o animal, como envenenamento, pauladas e pedradas. Os biólogos da Eprim não veem mais bugios em locais onde antes era possível encontrar bandos.
(CP, 27/02/2009)