O acordo assinado recentemente com a França para que a Itália volte a produzir energia nuclear após 21 anos - um dos pontos do programa eleitoral do primeiro-ministro Silvio Berlusconi - recebeu a rejeição de algumas regiões à construção de usinas em seus respectivos território. O acordo assinado no dia 24 de fevereiro entre Berlusconi e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, prevê o início da construção de quatro usinas nucleares antes de 2013 para que, pelo menos, uma delas esteja terminada antes de 2020.
O Governo italiano tem que começar a se mobilizar para definir os locais nos quais construirá as novas usinas, mas já encontrou os primeiros obstáculos, após governantes de várias regiões terem afirmado que não serão construídas em seus territórios. Com a construção das usinas Berlusconi ignora o resultado do plebiscito realizado no país nos dias 8 e 9 de novembro de 1987, após a tragédia de Chernobyl, e no qual 80,6% dos italianos se mostraram contra a produção de energia atômica no país.
Um dos primeiros a expressar sua contrariedade à construção de usinas nucleares foi Ugo Cappellacci, recentemente eleito presidente da ilha de Sardenha pelo partido Povo da Liberdade e recomendado por Berlusconi. "Terão que passar acima do meu cadáver para que seja construído na Sardenha", declarou Cappellaci, que lembrou que Berlusconi prometeu que esta ilha seria "um território desnuclearizado".
(EFE, G1, 26/02/2009)