Ao discursar nesta quarta-feira (25/02), o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) demonstrou preocupação com o avançado processo de desertificação de áreas no sudoeste do estado do Rio Grande do Sul. A área atingida, disse o senador, abrange pelo menos dez municípios da chamada "região de campanha": Alegrete, Cacequi, Itaqui, Maçambará, Manuel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, São Borja, Unistalda e São Francisco de Assis.
- Defendem alguns especialistas que o termo correto a ser empregado, nesse caso, não é desertificação, fenômeno típico das regiões áridas, e, sim, arenização. O fato é que o seu resultado é muito semelhante àquilo que todos nós costumamos entender por deserto: vastas áreas cobertas de areia e quase desprovidas de vegetação, que já se estendem por cerca de um milhão e meio de hectares - registrou.
A degradação dessas áreas do Rio Grande do Sul, diz o senador, deve-se ao "desenvolvimento inadequado" de atividades agrícolas em solos muito arenosos e com frágil cobertura vegetal. Para Zambiasi, entre os primeiros passos a serem tomados, estão a recuperação das áreas degradadas e a proteção das áreas de risco. Para isso, opinou, serão necessárias parcerias entre os governos federal, estadual e municipais.
Outro problema ambiental da Região Sul do país, acrescentou Zambiasi, é a ameaça de desaparecimento das florestas de araucária, que estariam reduzidas atualmente a pouco mais de 1% da cobertura original.
- Os esforços para a criação imediata de unidades de conservação das matas remanescentes devem somar-se aos de recuperação, pelo replantio, de áreas degradadas, bem como aos esforços de fiscalização do cumprimento das leis ambientais. Para parte considerável dessas ações, é muito importante, portanto, o apoio do Ministério do Meio Ambiente - afirmou.
Zambiasi também propôs mais incentivos para o turismo ecológico no Brasil. Na opinião do senador, essa modalidade turística ajuda na preservação dos bens naturais brasileiros.
- As questões ambientais não se restringem apenas à permanente luta pela preservação da exuberante Floresta Amazônica, por mais importante que seja para nosso país e para o planeta, luta que deve continuar. O meio ambiente deve ser visto de forma abrangente, na diversidade de biomas e ecossistemas que atravessam nosso país, em uma imensa diversidade de situações e de interação com os seres humanos. A estes componentes do meio ambiente - os seres humanos - compete garantir o seu equilíbrio, preservar o precioso legado da Natureza, em prol das gerações presentes e futuras - concluiu Zambiasi.
Em aparte, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) comentou e elogiou o pronunciamento do colega.
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Agência Senado, 25/02/2009)