Dezenas de chilenos recorreram à Justiça de seu país por um motivo no mínimo inusitado – evitar que sejam evacuados à força de suas casas, ameaçadas pelo vulcão Chaitén.
A maioria das aproximadamente 200 pessoas que ainda viviam na cidade homônima, no sul do Chile, a 1,2 mil quilômetros da capital, Santiago, aceitou abandoná-la na semana passada, depois que o Chaitén retomou sua atividade, mas entre 60 e 70 se recusam a sair. A localidade, em grande parte destruída em maio de 2008, durante uma erupção inicial do vulcão de 1,4 mil metros de altura, corre agora o risco de ser arrasada por uma inundação súbita. A atividade do Chaitén diminuiu nos últimos dias, mas o governo e especialistas garantem que o risco persiste, especialmente se chover.
Os moradores de Chaitén acusam o governo da presidente Michelle Bachelet de não cumprir com a obrigação de protegê-los adequadamente, entre outras razões por não construir barreiras de proteção em áreas ameaçadas.
– Buscamos proteger a liberdade de ir e vir e os direitos de reunião e à saúde, à vida e à propriedade – declarou o advogado Jaime Moraga, que representa os “rebeldes”.
Na quinta-feira, uma explosão provocou uma rachadura de cerca de um quilômetro de extensão no cone do Chaitén, por onde saíram milhares de toneladas de material vulcânico. Em visita à região, o ministro do Interior, Edmundo Pérez, reiterou que “a cidade de Chaitén está morta” e deverá ser reconstruída em um local a ser escolhido o mais breve possível.
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Zero Hora, 23/02/3009)