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passivos da energia eólica
2009-02-22
Para além dos barcos de pesca, das casas confortáveis e dos tanques de combustível diesel que marcam a aldeia esquimó de Tooksook Bay, na costa do Mar de Bering, três imensas turbinas eólicas se erguem por sobre a tundra. As lâminas giram lentamente em uma brisa fria o suficiente para gelar a pele.

Uma das paisagens mais ásperas dos Estados Unidos está se provando terreno fértil para a energia ecológica.

À medida que aumenta o interesse por formas mais limpas de geração de energia em todo o país, o Alasca rapidamente se torna um campo de testes para novas tecnologias e vem oferecendo uma improvável experiência de apoio à energia renovável em um Estado produtor de petróleo. Os moradores do Alasca costumavam desconfiar de qualquer indício de ambientalismo, mas hoje vêm investindo seriamente na energia ecológica, não tanto para reduzir as emissões de poluentes quanto para economizar dinheiro.

Em aldeias distantes como Tooksook Bay, onde o diesel que aciona os geradores chega de barcaça e pode custar mais de US$ 1,30 por litro, a eletricidade de fontes renováveis, como o vento, já é competitiva com a energia propiciada por combustíveis fósseis. Em áreas urbanas ao longo do limitado sistema rodoviário do Estado, grandes projetos hidrelétricos e de energia eólica estão também se tornando atraentes.

O Alasca produz mais petróleo que qualquer outro dos Estados norte-americanos, excetuado o Texas, mas a maioria dele é vendida fora da região. O mercado pequeno e o custo elevado de transporte mantiveram altos os preços locais dos combustíveis. Com a disparada nos preços do petróleo, um ano atrás, os cofres estaduais se encheram de dinheiro gerado pelos impostos relacionados ao petróleo, mas o crescente custo do diesel e de outros combustíveis causou uma pequena crise local.

Em 2008, a governadora Sarah Palin e os legisladores estaduais responderam com a promessa de US$ 300 milhões em prazo de cinco anos para beneficiar as empresas de energia, os produtores independentes de energia ou os governos locais interessados em planejar ou implementar projetos de energia renovável. Trata-se de uma soma substancial para um Estado com apenas 670 mil habitantes.

"O petróleo costumava ser barato e conveniente", disse Steve Haagenson, apontado no ano passado por Palin para a coordenação estadual de energia. "Hoje, ele é apenas conveniente".

Os defensores da energia renovável dizem que o Alasca, com suas costas expostas a ventos fortes, seus rios inexplorados e seus grandes recursos em força das marés e das ondas, poderia rapidamente se tornar um líder nacional no campo da energia renovável. O Estado gera quase 24% de sua eletricidade de fontes renováveis - quase exclusivamente hidrelétricas -, e Palin anunciou no mês passado que seu objetivo era chegar aos 50% até 2025.

"Os preços baixos que vigoram atualmente para o petróleo não deveriam despertar nos cidadãos do Alasca uma falsa sensação de segurança, como se fossem perdurar", afirmou a governadora.

Os ambientalistas preocupados com o impacto da mudança climática, que já é bastante aparente no Alasca, apóiam fortemente os investimentos do Estado em energia renovável. Mas a força propulsora entre os políticos é econômica.

Em muitas áreas rurais do Estado, os altos custos do combustível resultaram em preços de até US$ 0,75 por kilowatt-hora, cinco a 10 vezes superiores aos vigentes nos 48 Estados contíguos dos Estados Unidos. A despeito dos altos custos de instalação e da necessidade de proteger o equipamento contra o frio intenso, as turbinas eólicas podem muitas vezes produzir eletricidade a custo inferior ao dos geradores diesel, ao eliminar a necessidade de combustível.

A Associação Elétrica de Kotzebue, no noroeste do Alasca, foi a primeira a demonstrar o valor da energia eólica para projetos em larga escala de energia, em 1997. Desde então, nove outras comunidades rurais instalaram turbinas e há dezenas de outras contemplando projetos.

Uma revisão estadual concluída em 2008 determinou que a energia eólica era técnica e talvez financeiramente viável em mais de 100 aldeias do Alasca, de acordo com Martina Dabo, a coordenadora de programas de energia eólica na Autoridade de Energia do Alasca, uma organização pública que tem por missão reduzir o custo da energia.

A Northern Power Systems, uma empresa fabricante de turbinas eólicas em Barre, Vermont, vem aproveitando o novo interesse do Alasca no vento. A empresa projetou sua turbina de 100 kilowatts para operação no Polo Sul, que não é um grande mercado, mas agora tem turbinas em oito aldeias do Alasca, incluindo Tooksook Bay.

Embora as grandes distâncias e a demanda limitada prejudiquem seu desenvolvimento, os recursos de energia renovável do Alasca são imensos e diversificados, quando comparados aos de outros Estados. De acordo com Roger Bedard, do Instituto de Pesquisa da Energia Elétrica, o Alasca conta com mais de metade dos recursos de energia gerada por ondas oceânicas dos Estados Unidos, e mais de 90% dos recursos de energia hídrica e das marés.

Em Tooksook Bay, os moradores acreditam que as turbinas eólicas tenham impedido que as contas de luz subissem tanto quanto o preço do petróleo. "Creio que as turbinas sejam muito, muito úteis", disse Alexie Jimmie, dono da Bayview, uma das duas lojas de Tooksook Bay. "De outra forma, pagaríamos ainda mais do que já estamos pagando".

(Por Stefan Milkowski, The New York Times, Terra, 21/02/2009)

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