A estiagem neste início de ano está começando a afetar o abastecimento de água em algumas cidades do Oeste. Ontem, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) recomeçou um rodízio em Chapecó. O motivo é a proliferação de algas denominadas filamentosas, que se multiplicam com a falta de renovação da água.
A Barragem de Engenho Braun, no Lajeado São José, parou de transbordar. O mesmo ocorre com a Barragem do Rio Tigre, em Guatambu, que foi acionada com o reforço de 100 litros por segundo, devido à redução de mais de 50% na vazão do Lajeado São José.
De acordo com Milton Pegoraro, operador da estação de tratamento de água da Casan, as algas entopem os filtros, o que causa a necessidade de interromper o tratamento. Em cada limpeza de filtros, que ocorre a cada 10 horas, são gastos 100 mil litros de água tratada.
De acordo com o superintendente regional de Negócios da Casan no Oeste, Paulo Christ, ontem a produção estava 15% menor do que o normal, que é de 430 litros por segundo.
Durante o rodízio, a cidade será dividida em quatro regiões: Bela Vista, Efapi, Universitário e Líder. O Centro deve ser pouco afetado por estar na área mais baixa. O número de horas sem fornecimento de água não é fixo, segundo Christ.
Ele solicitou que a população economize, pois só com uma chuva forte, com mais de 40 milímetros, é possível normalizar o tratamento. Desde o início do mês, choveu apenas 78 milímetros, segundo o observador meteorológico da Epagri, Francisco Schervinski. A média do mês é de 186 milímetros.
Melhorias em poço profundo de MaravilhaA Casan também enfrenta problemas de abastecimento em outros municípios Em São Miguel do Oeste, a cidade foi dividida em duas áreas para fornecimento a cada 12 horas. Além da baixa vazão do Rio Cambuim, houve problemas com uma adutora e vazamentos.
Em Guaraciaba, a vazão dos poços caiu 40% e a distribuição também é feita em forma de rodízio. Outra cidade em racionamento é Maravilha, em virtude de melhorias realizadas no poço profundo.
A boa notícia é que Seara, um das cidades mais problemáticas da região, está com o abastecimento urbano normal. O motivo é o poço de 596 metros até o Aquífero Guarani, que foi inaugurado nesta semana.
(Por Darci Debona,
Diário Catarinense, 21/02/2009)