Uma comitiva de prefeitos, deputados, vereadores e outros representantes de 13 municípios da Fronteira-Oeste se reuniram na quinta-feira com a governadora Yeda Crusius, no Palácio Piratini, a fim de buscar apoio do governo estadual para a manutenção dos investimentos da empresa Stora Enso no Rio Grande do Sul. A empresa está formando uma base florestal de eucaliptos em 11 municípios fronteiriços, com o plano de implantar, até 2014, uma fábrica de celulose com capacidade de 1 milhão de toneladas por ano.
O projeto prevê um investimento total de US$ 1,5 bilhão, e a aquisição de 100 mil hectares para formação de base florestal. Até hoje, a Stora Enso adquiriu 94 propriedades em oito municípios, somando 46 mil hectares, dos quais 10 mil já foram plantados.
O investimento já gerou mais de 550 empregos diretos e contribuições de mais de R$ 1,5 milhão em Imposto sobre Serviços (ISS), recolhido pelas prefeituras desde 2006.
Entretanto, a continuidade dos investimentos depende da aprovação pelo Conselho de Defesa Nacional (CDN) da aquisição de imóveis rurais por uma empresa estrangeira, na faixa de 150 quilômetros a partir da fronteira, onde se localizam as áreas adquiridas. Dos 94 processos envolvendo a compra de propriedades pela empresa, apenas dois já foram remetidos ao CDN para apreciação.
Segundo o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP), a aprovação desses dois processos serviria como exemplo jurídico para liberar os outros 92 que ainda faltam. "A gente espera que a solução saia o mais rápido possível, pois a empresa não pode fazer investimentos hoje devido a essa questão legal do licenciamento."
Heinze ainda destaca que a demora para a solução deste problema legal cria o risco da empresa desistir do empreendimento na Fronteira-Oeste. "Pela vontade dos diretores na Europa o investimento já iria para outra região que não a nossa", afirma. O deputado espera que a liberação dos dois processos que tramitam no CDN seja realizada em duas ou três semanas.
(Jornal do Comércio, 20/02/2009)