Os capixabas devem se preparar para a falta de informação sobre a qualidade da água nas praias do Estado. Os municípios não fizeram a sua parte e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) demorou para tomar providências. Com isso, as placas de balneabilidade estão desatualizadas, e começaram a ser retiradas na quinta-feira (19).
Segundo o órgão, depois de dois anos de acordo com 13 prefeituras que possuem o litoral monitorado pelo Iema, foi constatado – a partir de denúncias - que as informações sobre balneabilidade não eram atualizadas, nem a manutenção das placas que indicam a balneabilidade de cada ponto.
Portanto, os freqüentadores ficaram expostos à água contaminada por esgoto doméstico, com risco de adquirirem bactérias, vírus e protozoários, transmissores de doenças que vão desde a gastrenterite a casos graves de hepatite A, cólera, febre tifóide, entre outros.
Dos 36 pontos avaliados nas praias do sul do Estado, apenas quatro apresentam plaquetas em bom estado de conservação, entretanto, foi constatado pelos órgãos do Iema que não ocorre atualização, ou seja, as placas são mantidas com a condição “Própria” permanentemente.
No litoral norte, a situação é a mesma. De 35 pontos de monitoramento, 31 estão danificados. No município de Conceição da Barra, na Praia da Barra, a placa foi encontrando no chão.
Diante disso, o Iema iniciou a retirada gradual das placas e informou que irá manter a avaliação das águas das praias e lagoas monitoradas pelo Estado. Entretanto, a balneabilidade será divulgada apenas no site oficial do www.iema.es.gov.br e nos jornais de grande circulação do Estado.
Para os capixabas, pegos de surpresa pela notícia, o sentimento é de indignação. Eles cobram responsabilidade das prefeituras para que a população não fique desassistida.
Considerando que a saúde e o bem-estar humano podem ser afetados pelas condições de balneabilidade, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece na Resolução nº. 274 de 29 de novembro de 2000 que as águas de rios, lagos e praias destinados à recreação tenham as condições de balneabilidade classificadas nas categorias “Própria” e “Imprópria”.
A aplicação desta Resolução, bem como a fiscalização e a divulgação das condições de balneabilidade das praias e balneários do Espírito Santo, cabem ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
(Por Flávia Bernardes,
Século Diário, 20/02/2009)