O Irã pediu nesta quinta-feira, 19, às Nações Unidas que transformem em prioridade a eliminação total das armas nucleares. "Teerã considera que a eliminação total das armas nucleares é a única garantia contra o uso ou a ameaça de uso das mesmas", declarou Ali-Reza Moayeri, representante iraniano no Departamento para os Assuntos de Desarmamento da ONU. Moayeri acrescentou que este deve ser o principal objetivo das Nações Unidas, já que "a existência de armas nucleares faz com que todos os países continuem vivendo com uma permanente sensação de insegurança."
Neste sentido, lembrou que "a declaração final da XV Reunião Ministerial do Movimento de Países Não-Alinhados, que aconteceu em Teerã, em julho do ano passado, voltou a enfatizar a prioridade que estes países outorgam ao desarmamento nuclear". Para atingir este objetivo, Moayeri defendeu a criação de um comitê que estabeleça um instrumento "universal, incondicional e de força legal" em matéria de segurança contra as armas nucleares.
Os Estados Unidos, com o apoio de Israel e da União Europeia (UE), acusam o Irã de ocultar um programa nuclear paralelo ao desenvolvimento científico para a aquisição de um arsenal de armas atômicas. Além disso, impuseram estritas sanções econômicas ao regime de Teerã, que nega as acusações e assegura que seus objetivos são Civis.
EUA
Ainda nesta quinta, o ministro iraniano de relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, disse que o "diálogo direto" proposto por Washington a Teerã será possível se o presidente americano, Barack Obama, "percorrer sua parte do caminho". "Estamos estudando esta proposta. Aprovaremos mudanças na política dos Estados Unidos, mas mudanças em fatos, e não só em palavras", declarou Mottaki à imprensa em Baku, onde participa de uma reunião da comissão de cooperação entre Azerbaijão e Irã.
Perguntado sobre que mudanças Teerã esperava da nova administração americana, o chefe da diplomacia iraniana ironizou que "eles mesmos sabem perfeitamente". "Devemos esperar para ver que diferença haverá entre a política de Obama e a de (o ex-presidente George) Bush. Se a parte americana percorrer sua metade de caminho, nós daremos os passos que nos correspondem", acrescentou.
O novo presidente dos Estados Unidos anunciou sua disposição a abrir um novo capítulo nas relações com o Irã se este país realizar negociações diretas e abandonar suas ambições nucleares.
(EFE, Estadão, 19/02/2009)