A previsão de chuva para o Nordeste pode ser uma boa notícia para a região brasileira que mais sofre com a seca, mas pode significar também desperdício. Meteorologistas de todo o Nordeste se reuniram em Natal para fazer a previsão climática do semi-árido. Baseados no estudo das condições atmosféricas e oceânicas, eles concluíram que o cenário para os próximos três meses é semelhante ao do ano passado. "As chances maiores são de que as chuvas fiquem acima da média histórica", diz o meteorologista Gilmar Bistrot. Os açudes já estão quase cheios.
O maior do Rio Grande do Norte não deve demorar a atingir os 3,5 milhões de metros cúbicos de água. Em 2008, neste mesmo período, a lâmina d’água do açude estava a 12 metros da capacidade máxima. Agora faltam apenas dois metros para que o limite seja atingido, ou seja, com menos chuva, as inundações no Vale do Açu podem se repetir.
Cinco hectares de bananeiras ficaram submersas pela água que transbordou da barragem Armando Ribeiro Gonçalves. Lavouras de milho e feijão foram perdidas. A chuva sempre esperada pelo agricultor virou ameaça e agora causa preocupação pela falta de estrutura para armazenar a água.
Na região central do Rio Grande do Norte, dois açudes particulares se romperam e ainda precisam de reparos. Para o filho do agricultor Manoel Ferreira, que esta semana conseguiu recursos para refazer a parede do açude, a manutenção dos reservatórios e a construção de outros são uma questão social.
"Nós queremos o agricultor permanentemente na sua área rural porque é onde ele planta, onde ele cria e onde ele sobrevive com dignidade", diz o agricultor Ivanaldo Ferreira.
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G1, com informações do Jornal Nacional, 18/02/2009)