Com relação à matéria intitulada “Serys propõe prazos para o encerramento das atividades relacionadas com amianto”, reproduzida por AmbienteJÁ, no dia 16/02/09, o Instituto Crisotila enviou a seguinte nota à redação:
"Diferentemente do que foi publicado, a portaria nº 43/09, assinada pelo ministro do Meio Ambiente, veta o uso do amianto apenas nas obras do Ministério do Meio Ambiente e de seus órgãos vinculados e não “em obras públicas e veículos (sic) de todos os órgãos vinculados à administração pública”.
O Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC) protesta contra tal portaria, que afronta a legislação federal em vigor no Brasil – que permite e regula o uso do amianto crisotila. A atitude isolada do Ministério do Meio Ambiente não representa a posição do governo federal e revela total desconhecimento da realidade das indústrias que utilizam o mineral crisotila, cuja responsabilidade sócio-ambiental na extração e manuseio do produto é reconhecida internacionalmente e faz de nosso país uma referência em todo o planeta.
O IBC lamenta imensamente a atitude do Ministério do Meio Ambiente de tomar uma decisão sem embasamento técnico-científico condizente com a realidade da cadeia produtiva do amianto crisotila e sem avaliar as necessidades da população brasileira de baixa renda.
Quanto às afirmações da senadora Serys a respeito das fibras de amianto, é imperioso ratificar que no Brasil, não existe nenhum caso de doença relacionada à aspiração do amianto em trabalhadores admitidos desde 1980 na cadeia produtiva do fibrocimento com amianto. Diversos estudos científicos nacionais e internacionais provam que o crisotila, quando trabalhado corretamente, é totalmente seguro.
Com relação às telhas de amianto, não há qualquer registro médico de pessoa que tenha desenvolvido doença relacionada ao amianto devido ao uso desse produto.
Estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo, de 2006, concluiu que as fibras de amianto crisotila, que representam menos de 10% do produto, não se desprendem em hipótese alguma das telhas fabricadas com essa fibra natural, permanecendo amalgamadas à principal matéria-prima das telhas de fibrocimento – o cimento.
O alegado número de brasileiros que estariam doentes devido ao amianto é totalmente hipotético e nunca foi demonstrado. Quais os nomes dessas pessoas, onde elas estão, onde moram, quem são seus pais? Ninguém sabe, ninguém viu e inexiste qualquer registro oficial a respeito.
É apenas meia verdade a afirmação da senadora, de que o amianto está proibido em muitos países: mais de 130 países usam o amianto crisotila, entre eles Estados Unidos e Canadá – países reconhecidos pelo alto rigor na produção e comercialização de produtos e nos cuidados com a saúde de suas respectivas populações. Nada menos de 50% das tubulações de água nos Estados Unidos são feitas em amianto.
A afirmação de que o uso do amianto crisotila é prejudicial à saúde faz parte de uma operação comercial desleal, patrocinada por grupo econômico multinacional, para ocupar um mercado de R$ 2,6 bilhões que hoje é dominado por empresas genuinamente brasileiras.
A campanha pela proibição do uso do amianto está estrategicamente relacionada com interesses econômicos daqueles que visam lucrar com a abolição do amianto crisotila, fibra natural, de baixo custo, e que traz benefícios para a população brasileira em geral, sendo que hoje 50% das casas no país possuem telhas fabricadas com o mineral. O amianto crisotila é matéria-prima para fabricação de telhas de alta qualidade, baixo custo e que não tem de pagar royalties a nenhuma potência estrangeira.
Atenciosamente.
Marina Júlia de Aquino, presidente-executiva do Instituto Brasileiro do Crisotila."
(Por André Aron e Alberto Zambrana, da Assessoria de Imprensa do Instituto Brasileiro do Crisotila, material recebido por e-mail, 18/02/2009)