O Parque Estadual da Cachoeira da Fumaça, na região do Caparaó, terá sua extensão ampliada de 24,20 para 162,50 hectares. Para isso, seis novas áreas serão desapropriadas, o que vai permitir a inclusão da queda d’água de 144 metros que dá nome à unidade. Decreto nesse sentido foi assinado nesta quarta-feira (18) pelo governador do Estado, Paulo Hartung.
A área ampliada fica na região dos limites do parque com os municípios de Alegre e Ibitirama. Serão investidos R$ 550 mil, já destinados à compra de trechos conservados de Floresta Estacional Semidecidual, às margens do rio Braço Norte Direito. A previsão é que sejam ampliados os serviços atualmente prestados como as trilhas temáticas, trabalhos de educação ambiental, pesquisas científicas, entre outros voltados à conservação do meio ambiente.
Segundo o governo do Estado, a unidade de conservação é uma demanda de moradores dos municípios de Alegre, Guaçui, Ibitirama, Castelo e adjacências. Para a desapropriação, foi realizada uma consulta pública com a comunidade do entorno, e nenhuma objeção contra a ampliação foi registrada, como informou o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).
Os recursos utilizados são provenientes de compensação ambiental das duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) da Bacia Hidrográfica do Itapemirim e da PCH Santa Fé, que tiveram que compensar seus danos ambientais com cerca de R$ 315 mil, utilizados para aquisição de 70 hectares de terras, pertencentes a quatro proprietários. Outros dois terrenos são objetos de aquisição por meio de recursos da compensação ambiental, porém, da PCH São Simão.
O Parque Estadual Cachoeira da Fumaça também passará por uma substituição das plantas exóticas - como jamelão e castanheiras - este ano, que já representam 40% da área total do parque, e serão substituídas por espécies da mata atlântica. O objetivo é restaurar o ecossistema de pelo menos 30 hectares, em três anos. Para isso, serão utilizadas em média 35 mudas de espécies nativas. A expectativa é resgatar as características naturais do parque.
Sem o desenvolvimento das plantas nativas da região, sofrem também a fauna e o solo, já que durante todo o ano, essas plantas produzem uma diversidade de alimentos, com qualidade para os animais que habitam a região, além de matéria orgânica que enriquece o solo.
Anualmente, será cortado um terço de espécies exóticas presentes no parque. A medida prevê que com o reflorestamento, a unidade volte a ter espécies como o jatobá, a braúna, a canela, o cedro-rosa, a virola, os ipês, o jequitibá, o palmito juçara, e muitas outras espécies semeadas por pássaros, morcegos, pacas e tatus.
O Parque Estadual Cachoeira da Fumaça foi criado pelo decreto nº 2.791-E/1984, e complementado através do Decreto nº 4.568-E/1990. Sua cobertura original é do tipo Floresta Estacional Semidecidual.
Atualmente, possui poucos fragmentos florestais de mata ciliar, vegetação rupestre e a cachoeira. Parte da área de pastagem foi arborizada com espécies nativas e frutíferas. A Cachoeira da Fumaça é uma das principais opções de recreação e lazer da região, recebendo em média 830 pessoas por mês durante todo o ano.
O parque é localizado a 33 quilômetros da sede de Alegre e 228 quilômetros de Vitória. O acesso se dá por estrada de terra. De Alegre, o acesso é feito pela BR-482, sentido Guaçui. A 12 quilômetros de Alegre, no distrito de Celina, o turista deverá seguir à direita pela rodovia ES-185, sentido Iúna. A estrada de acesso à cachoeira está a 16 quilômetros.
É aberto ao público, e o agendamento de visitas técnicas deve ser feito pelo telefone (28) 99044824 ou pelo email pecf@iema.es.gov.br.
(Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 19/02/2009)