Os problemas da Stora Enso no Estado vão além da autorização da compra de terras fronteiriças pelo Conselho de Defesa Nacional (CDN), cuja demora é alvo de críticas e mobilizações de lideranças da Fronteira-Oeste. Desde meados de dezembro, o Ministério Público Federal analisa inquérito da Polícia Federal, que indiciou três representantes da empresa por falsidade ideológica, artigo 299 do Código Penal. Segundo a Polícia Federal, o inquérito 1.753 foi instaurado em 1º de outubro de 2007 e concluído em 1º de dezembro de 2008, com o indiciamento. O caso está nas mãos do procurador da República no Rio Grande do Sul, Ipojucan Corvello Borba, que deve concluir a análise após o Carnaval, podendo optar pelo arquivamento, denúncia ou pedido de novas diligências. As fases do inquérito policial, sem os nomes das partes, podem ser conferidas no portal da Justiça Federal/4ª Região, sob o número 2007.71.00.040860-7. É que as prorrogações de prazos exigem autorizações judiciais.
O caso
O inquérito policial que indiciou os representantes da Stora Enso se refere à constituição da empresa Azenglever Agropecuária por brasileiros ligados à companhia sueco-finlandesa, operação encarada pelas autoridades brasileiras como um 'drible' na lei que impede a compra de terras fronteiriças por estrangeiros.
O que diz a empresa
Em nota, a Stora Enso afirma ter cumprido a lei para proteger suas propriedades e preservar os investimentos no RS, tendo informado, previamente, às autoridades sobre ações e decisões, 'sendo descabidas as acusações lançadas (se existirem)'. Diz confiar 'que a Justiça será feita, ao reconhecer a licitude dos atos praticados'.
(Por Denise Nunes, Correio do Povo, 19/02/2009)