Arquitetos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, apresentaram nesta quarta-feira (18/02) uma casa de carbono zero que pode vir a ser produzida em série no país em um futuro próximo. A casa de quatro quartos, localizada nas proximidades da cidade de Staplehurst, utiliza uma técnica aplicada na construção de casas da época medieval e vista como mais eficiente na contenção de emissões de gases causadores do efeito estufas.
"O design é econômico, já que a casa é relativamente fácil de ser construída e, a partir do momento em que você sabe o que está fazendo, é rápido", afirmou o desenhista Michael Ramage, do Departamento de Arquitetura da Universidade de Cambridge. Mais de um quarto (27%) das emissões de gases causadores do efeito estufa do Reino Unido é gerado por residências, o que contribui de forma significativa para o aquecimento global.
Poucas casas são movidas unicamente por energia solar e muitos designs são muito caros, inviabilizando a produção em massa. O governo britânico quer que todas casas novas sejam livres de emissões de gases causadores do efeito estufa em 2016.
A construção em forma de arco é basicamente uma câmara de 20 metros coberta com terra e plantas, que servem de camuflagem e ajudam a construção a se mesclar com o ambiente rural. O projeto é uma adaptação de uma técnica medieval que utiliza tijolos finos para criar construções leves e duráveis.
Assim, a casa adquire resistência estrutural e, ao mesmo tempo, evita a utilização de materiais que consomem muita energia na sua produção, como concreto armado. A estrutura também fornece uma grande quantidade de massa térmica, permitindo a casa a reter calor, absorver flutuações de temperatura e reduzir a necessidade de sistemas de aquecimento ou resfriamento.
Qualquer aquecimento adicional é provido pela combinação de sistemas fotovoltaico e térmico de aquecimento, que capta energia solar. Além disso, um aquecedor de 11kW de biomassa foi instalado na casa para fornecer energia quando o sol tiver aparecido por alguns dias. O isolamento térmico é feito com papel de jornal reciclado.
"A construção mostra como o design contemporâneo pode promover materiais locais e integrar novas tecnologias para produzir um prédio altamente auto-sustentável", afirmou o arquiteto responsável pelo projeto, Richard Hawkes, que será o primeiro ocupante da casa.
(BBC Brasil, Estadao.com.br, 18/02/2009)