O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou hoje (18) o financiamento de R$ 7,2 bilhões para a usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO). Trata-se do maior financiamento a um único projeto da história do banco. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O BNDES financiará 68,5% do total previsto para Jirau. Cerca de R$ 3,6 bilhões serão liberados diretamente do banco, enquanto o restante será garantido pelos bancos Bradesco BBI, Unibanco, Banco de Nordeste, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Segundo o diretor de Infraestrutura do BNDES, Wagner Bittencourt, o banco deverá liberar R$ 30 bilhões para projetos nessa área. No ano passado, o total de recursos destinados à área de infraestrutura foi de R$ 19 bilhões. "Temos uma demanda forte, que pode sim, ter impacto de outros projetos que iriam para outros mercados. Mas a maior parte da infraestrutura no país é apoiada pelo BNDES", disse, em entrevista à Folha.
Jirau
A usina de Jirau faz parte do Complexo Hidrelétrico do Madeira e é um dos projetos mais polêmicos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A usina é fortemente criticada por ambientalistas e movimentos sociais, devido aos impactos que deve causar nas populações e na floresta amazônica.
Além disso, o consórcio Energia Sustentável do Brasil (Enersus), liderado pela Suez Energy e responsável pela construção de Jirau, modificou o local de construção da usina em 9 quilômetros. A mudança não estava prevista nos estudos de impacto ambiental e foi alvo de protestos inclusive pelo outro consórcio que disputou a licitação, liderado pela construtora Odebrecht.
No final de 2008, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu uma licença para a instalação do canteiro de obras da usina, mas a construtora ainda não recebeu a Licença de Instalação definitiva para a usina.
Ontem, o consórcio Enersus recebeu pela segunda vez uma multa do Ibama. A primeira multa foi de R$ 475 mil por um desmatamento irregular na região e a segunda, de R$ 950 mil, refere-se ao fato de o consórcio ter iniciado a construção de uma ensecadeira sem autorização do instituto.
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Amazonia.org, 18/02/2009)