Início de ano com municípios decretando situação de emergência devido à estiagem está virando rotina no Estado. Somente em 2009, 13 prefeitos já tomaram a medida nas regiões Oeste e Norte de SC. Os mais recentes foram Itá e Paial.
Em Paial, há perdas de 35% na lavoura tardia do milho; 30% na segunda safra do feijão; 20% na laranja e 35% no leite. O prejuízo chega a R$ 403 mil, segundo levantamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri).
– É o equivalente à receita de um mês da prefeitura – disse o prefeito Aldair Rigo (PP).
Com o decreto ele espera o auxílio da Defesa Civil do Estado, já que o município perde receita e aumenta as despesas para o transporte de água. Atualmente, de 15 a 20 famílias recebem, diariamente, água para o consumo humano e animal.
Nilson Plauth viu secar o açude que servia de fonte para os 31 bovinos beberem.
– Tive que puxar água de um vizinho – afirmou o agricultor, que viu sua produção de leite cair de 600 litros para 400 litros mensais.
Para piorar, deve colher apenas 100 sacas de milho em quatro hectares, onde esperava colher 400 sacas. Plauth vê a terra rachada no açude e aguarda a chuva que insiste em não vir.
Na propriedade de Claudete Decol, os açudes estão com apenas 10% da água.
– Desde outubro não chove o suficiente para encher os açudes – disse.
Ela tinha 5 mil alevinos para a produção de filé de tilápias, que não pôde soltar. Normalmente, ela vendia 500 quilos de peixe, que proporcionavam uma renda de R$ 4 mil. O marido teve que ir trabalhar numa agroindústria devido às seguidas estiagens nos últimos anos.
Em Itá, a prefeitura também está transportando água para algumas propriedades. A perda nas lavouras chega a 50%.
Em Chapecó, que decretou emergência no ano passado, a falta de chuva chegou a causar falta de água na semana passada. Mas uma chuva resolveu o problema, por enquanto.
(Por Darci Debona,
Diário Catarinense, 18/02/2009)