Relatório indica atendimento recorde de pingüins na APA da Baleia Franca
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2009-02-18
A Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca acaba de lançar o Relatório de Resgate e Reabilitação de Pingüins Encontrados no Território da APA em 2008. De acordo com o documento, 466 animais foram atendidos no ano passado. Em 2007, nenhuma ave resgatada pela APA estava impregnada com óleo de embarcações. O número que aumentou de maneira impactante em 2008: metade dos pingüins foi afetada por óleo. De acordo com o Centro de Triagem de Animais Selvagens (Cetas), a média anual de todo o estado era de 50 aves por ano.
O aumento do número de pingüins atendidos no litoral sul de SC se deve a diversos fatores, entre eles a grande colaboração da sociedade. Impressionados com o número de pingüins debilitados nas praias do litoral sul, cidadãos dos oito municípios contabilizados (de Palhoça a Içara) acionavam constantemente a equipe da APA, Polícia Ambiental e ONGs. Além disso, pescadores artesanais ofereciam cordialmente peixes para a alimentação de pingüins e animais marinhos em tratamento.
Segundo o Centro Nacional de Pesquisa para a Conservação de Aves Silvestres (Cemave), diversas são as variáveis que levaram ao aumento da aparição de pingüins nas praias brasileiras. Entre elas, possíveis parasitas, ingestão de lixo, contaminação por óleos e metais pesados, a alimentação reduzida nos mares (provavelmente devido à sobrepesca da sardinha), além de causas mais amplas como as mudanças climáticas.
Capacitação da comunidade
A grande participação da sociedade no resgate de pingüins se deve também às oficinas de capacitação oferecidas por analistas ambientais da APA da Baleia Franca. Ao todo, foram realizadas três oficinas para 57 atores sociais e representantes de organizações comunitárias no primeiro semestre de 2008.
O material didático usado na capacitação trazia textos sobre as espécies prováveis de encalhe na região, tipos de doenças e quais os procedimentos corretos para auxiliar o animal e preservar a saúde humana. A capacitação é importante para evitar erros comuns como a alimentação inadequada dos animais, devolução destes na água possibilitando hipotermia, limpeza das penas de pingüins com produtos impróprios, entre outras ações perigosas para a saúde de ambos.
O documento sugere que, ao encontrar animais marinhos, se acione os órgãos competentes como a APA e a Polícia Ambiental. A partir das oficinas, Protocolo de Atendimento a Animais Marinhos no Interior da APA está sendo elaborado coletivamente, com a contribuição dos participantes das palestras.
Quantidade de atendimentos
A APA da Baleia Franca e parceiros foram responsáveis pelo atendimento aos pingüins em oito dos nove municípios que fazem parte dos 136 km da unidade de conservação. Os animais receberam os primeiros socorros na sede da APA, em Imbituba-SC, e depois foram levados para reabilitação no Centro de Triagem de Animais Selvagens (Cetas), em Florianópolis-SC.
Segundo a veterinária e analista ambiental da APA da Baleia Franca, Patrícia P. Serafini, acredita-se que o número de pingüins encontrados nas praias tenha sido muito maior, pois estão contabilizados apenas os indivíduos apontados por contatos telefônicos feitos pela comunidade. Já as aves localizadas em Florianópolis foram calculadas separadamente pela Polícia Ambiental e pelo Cetas, fato que aumenta ainda mais o número de pingüins encontrados em SC.
Mais informações:
APA da Baleia Franca
Assessoria de Comunicação - Anita Campos
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(Texto recebido por E-mail, 17/02/2009)