A região da Serra da Cantareira, que ainda dispõe de áreas com
importantes atributos ambientais, sofre com a pressão representada pela
demanda habitacional exercida principalmente pelas populações da
Capital e de Guarulhos com, respectivamente, 10,94 milhões e 1,29
milhão de habitantes. O Município de Guarulhos, com uma taxa de
crescimento da ordem de 2,45%, tem a sua população aumentada em mais de
30 mil pessoas por ano.
Por esse e outros motivos, o Governo do Estado de São Paulo está
organizando um plano de proteção ambiental na região da Cantareira que,
além de garantir a preservação efetiva dos parques estaduais da
Cantareira e Alberto Löfgren com, respectivamente, 7.918,52 hectares e
174 hectares, prevê a criação de novas unidades de conservação.
O primeiro passo com esse objetivo foi dado nesta terça-feira (17/2) em
uma reunião na Secretaria Estadual do Meio Ambiente, com a participação
do vice-governador Alberto Goldman, secretário Xico Graziano e da
assessora do governador Stela Goldenstein, além dos prefeitos Abel José
Larini, de Arujá, Roberto Hamamoto, de Caieiras, Hélio Buscarioli, de
Santa Isabel, Antonio Shigueyuki Aiacyda, de Mairiporã, e Márcio
Cecchettini, de Franco Rocha.
As prefeituras de São Paulo e de Nazaré
Paulista foram representadas, respectivamente, por Eduardo Jorge,
secretário o Verde e Meio Ambiente, e Antonio Carlos, diretor da
Divisão de Mananciais.
Segundo o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, foi o próprio
governador José Serra que determinou a adoção de um programa para
reverter a degradação visível em vários pontos na região da Serra da
Cantareira. Para garantir a proteção absoluta da área precisamos do
apoio das prefeituras, enfatizou Graziano. Goldman reforçou a
preocupação do governo, pois trata-se de áreas que abrigam populações
carentes, exigindo uma atuação articulada entre o Estado e os
municípios.
Proposta
O secretário do Meio Ambiente fez uma exposição sobre as necessidades
para a implementação do programa, que prevê ações em uma área de 64.500
hectares nos sete municípios com ênfase na intensificação da
fiscalização, melhorando a frota de veículos da Polícia Militar
Ambiental, aperfeiçoar a tecnologia de controle de ocupações e ampliar
o uso de helicópteros para orientar as ações por terra. Outro ponto abordado foi a questão gerencial para tornar mais efetiva a
proteção das unidades de conservação, incluindo os parques estaduais do
Juqueri e Jaraguá.
Graziano adiantou que um novo parque será implantado
na região, cujos limites encontram-se em estudos, mas que deverá ter
entre dois e três mil hectares. Salientou, ainda, que o plano deverá
estimular a criação de parques urbanos pelas prefeituras e órgãos do
Estado. A Prefeitura de São Paulo já dispõe de áreas com 381 hectares
para a ampliação dos parques estaduais, 171 hectares para parques
municipais e 427,95 hectares em fase de estudos, disse.
Outros pontos do plano passam por questões como educação ambiental,
orientação técnica aos municípios para recuperação de áreas degradadas
e definição da Área de Proteção e Recuperação de Mananciais do Alto
Juqueri, que deverá estar concluída em março próximo. Por último, o
secretário falou sobre a criação de uma lei específica de proteção da
vegetação nativa na Região Metropolitana de São Paulo, que considera
essencial para garantir o êxito do programa.
Com os prefeitos foi acertada a criação de um grupo de trabalho que
terá a incumbência de, em trinta dias, apresentar uma proposta a ser
encaminhada ao Governo do Estado. A proposta deverá conter um
diagnóstico contemplando questões como áreas disponíveis para
recuperação, disponibilidade das guardas civis municipais em participar
das atividades de fiscalização, programas conjuntos de educação
ambiental e outras.
Outro ponto a ser estudado, conforme sugestão de Stela Goldenstein, foi
a criação de uma câmara técnica no Subcomitê de Bacia da Cantareira
para estudar a possibilidade de direcionar os recursos da cobrança pelo
uso da água para a preservação da Serra da Cantareira.
(Por Newton Miura,
Ascom Cetesb, 17/02/2009)