Criada para proteger áreas de manancial, a base da Guarda Ambiental em Parelheiros (zona sul) deixa cair esgoto em um dos braços da represa Billings. É desse manancial que sai a água de mais de 2 milhões de pessoas, que moram nas zonas sul e sudoeste, em Diadema, São Bernardo e Santo André.
O problema ocorre por falta de manutenção adequada da fossa séptica (espécie de tanque que armazena e faz o tratamento inicial do esgoto). Ela transborda quando chove forte. No local, trabalham 67 pessoas, em quatro turnos. Para evitar acidentes, as fossas devem ser esvaziadas em intervalos de tempo determinados de acordo com volume que está armazenado.
Na base da Guarda Ambiental da gestão Gilberto Kassab (DEM), o serviço deveria ser feito de três em três meses. O comando da base diz que já fez o pedido de bombeamento à Subprefeitura de Parelheiros, que está atrasado.
A região é uma Área de Proteção Permanente com uma série de restrições, inclusive as que limitam a construção de casas, para evitar contaminar a água. A Guarda Ambiental em Parelheiros tem a função de coibir despejo ilegal de esgoto, desmatamento clandestino e ocupação desordenada.
"Todo mundo comenta que aquela é a única base ambiental que joga esgoto na represa", diz o presidente do SindGuardas (Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo), Carlos Augusto Souza Silva. Funcionários do local reconhecem o problema, mas afirmam que o fato não ocorre sempre. O volume de esgoto despejado em área de manancial é pequeno, dizem.
Outro ladoA Guarda Ambiental afirmou que vai investigar o transbordamento da fossa e, caso seja confirmado o problema, tomará as medidas cabíveis. A Subprefeitura de Parelheiros foi procurada, mas não respondeu à reportagem.
(Por Adriana Ferraz, Agora,
Folha de S. Paulo, 17/02/2009)