O escritório da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) em Santa Cruz do Sul deverá apresentar hoje uma posição sobre a retirada de cascalho do Rio Pardinho para o desassoreamento do leito, nas proximidades da Escas, em Sinimbu. A Prefeitura começou o trabalho na semana passada, com o objetivo de fazer a correção do rio a fim de dar maior fluxo na vazão das águas e, ao mesmo tempo, aproveitar o material para o encascalhamento de estradas do interior.
A operação, no entanto, pegou de surpresa no fim de semana Cláudio Henckes, quando foi visitar a propriedade que mantém com outros três irmãos na área. Ele alega que as máquinas invadiram o local sem qualquer aviso. Cláudio lembra que as terras pertenceram ao avô e depois aos seus pais. Por isso contesta a explicação que recebeu, de que as máquinas vão fazer a correção do leito para o local onde havia o leito antigamente. Afirma que o rio nunca passou pela área e vai perder parte das terras com a ação da Prefeitura.
O assessor da Secretaria Municipal de Obras, Gerson Müller, afirma que o município obteve licença da Fepam para a realização do trabalho. Explica que a concessão ocorreu depois de estudos e avaliações que tiveram início no ano passado. Ressalta que o deslocamento, apesar de chegar a 20 ou 30 metros de distância do atual leito, acontecerá apenas com a retirada de cascalho, o que demonstra que houve o assoreamento. Observa que quem viu o rio no local há 20 anos, hoje se assusta com a mudança do leito.
Müller afirma que o propósito é fazer o desassoreamento, com o objetivo exclusivo de evitar enchentes na cidade. Acrescenta que o trabalho será transparente, com a intenção de ajudar a comunidade e sem qualquer finalidade de prejudicar algum proprietário de terras. Os técnicos da Fepam vistoriaram o lugar no final da tarde de ontem depois que Cláudio Henckes e o irmão Sérgio denunciaram a suposta invasão de suas terras. O resultado da inspeção deverá ser divulgado hoje.
(Gazeta do Sul, 17/02/2009)