As presas dos cerca de dois mil elefantes selvagens asiáticos - que vivem em liberdade no Laos, Vietname e Camboja –são consideradas um troféu muito lucrativo que pode atingir os 1100 euros/quilo. A Traffic, organização que monitoriza a rede de comércio de espécies selvagens, alertou hoje para a ameaça desta explosão de preços para aquela espécie.
“A explosão dos preços do marfim ilegal no Vietname” põe ainda mais em perigo “os poucos elefantes que sobrevivem” na região, alerta a organização que fez uma análise de mercado. Estes poderão ser os preços mais elevados do mundo.
A maioria do marfim em bruto vem do Laos; do Vietname e do Camboja chegam pequenas quantidades. Nestes três países, os elefantes selvagens – estimados em 6200 no final dos anos 60 -, poderão hoje não passar dos dois mil. “Esta é uma tendência preocupante que indica que as frágeis populações de elefantes asiáticos estão ainda mais ameaçadas”, comentou Azrina Abdullah, responsável pela Traffic no Sudeste Asiático, em comunicado.
No Vietname - onde o coberto florestal diminuiu para metade a partir de meados do século XX devido às guerras, exploração da madeira e reconversão em terras agrícolas – não existirão mais de 150 elefantes.
Mas o maior problema neste país advém de uma legislação que proibiu o comércio de marfim desde 1992 mas que, devido a uma lacuna legislativa, deixa os pequenos comerciantes escoar os produtos armazenados antes desse ano. “Isto permite às lojas pôr à venda, ilegalmente, marfim recente”.
Em 2008, a Traffic passou em revista 669 pontos de venda naquele país. Onze por cento venderam um total de 2444 peças de marfim. Apesar de ter encontrado menos artigos em marfim do que em 2001, a Traffic revela que existem sinais do aumento da procura – o que causa o aumento dos preços - e do número de escultores de marfim. Este “é cada vez mais vendido directamente aos compradores, através de intermediários ou através da Internet, deixando de passar pelas lojas”, lamenta Azrina Abdullah.
Os maiores compradores de marfim são da China e Tailândia, depois do Vietname e Europa.
(Ecosfera, 16/02/2009)