Alavancar os intercâmbios já existentes na área de pesquisas sobre meio ambiente entre a USP e outras universidades brasileiras e alguns centros de estudo emergentes será uma das principais contribuições do recém-criado Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Estudos do Meio Ambiente. A opinião é do coordenador do Instituto, o professor Cláudio Augusto Oller do Nascimento, da Escola Politécnica (Poli) da USP.
O Instituto funcionará fisicamente no prédio do Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (Cepema) da USP, em Cubatão, na Baixada Santista, onde já existe toda uma infra-estrutura de laboratórios nesta área de pesquisa.
De acordo com Oller, as relações já existentes entre o Cepema e instituições como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) — por meio de seu Departamento de Engenharia Química —, a Universidade Federal de Pelotas (RS) e a Universidade Federal do Dourados (MS), serão, agora, formalizadas por meio deste INCT. Outras instituições, como os departamentos de Engenharia Química das Universidades Federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e de Pernambuco (UFPE), que já tem programas com a USP — como o Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (PROCAD) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) — também serão beneficiadas.
“Além de reunir de modo formal uma rede já existente, a criação do Instituto vai facilitar os intercâmbios internos de pesquisadores, alunos e professores entre essas instituições”, destaca o docente. “Por meio dos recursos provenientes deste INCT, poderá ser criada uma infra-estrutura básica para os laboratórios dos grupos de pesquisa emergentes”, completa.
Pesquisas multidisciplinares
Uma equipe multidisciplinar, que envolve geógrafos, cientistas sociais, engenheiros, botânicos e químicos, entre outros, realizará diversos estudos relacionados ao meio ambiente. São cerca de 20 pesquisadores, de várias unidades da USP e também das instituições participantes.
Entre os projetos de pesquisa do INCT de Estudos do Meio Ambiente, o professor Oller cita estudos envolvendo tratamento na recuperação de águas industriais contendo fenol. “São pesquisas da área de biotecnologia, de engenharia genética e de engenharia química, especificamente a modificação de bactérias visando o tratamento de água”, conta.
Outro destaque, segundo o professor, são os projetos de monitoramento do ar, que têm a participação de pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e do Departamento de Engenharia Química da Poli/USP. “São estudos sobre o monitoramento à distância de fontes emissoras de poluição”, explica Oller. Há também pesquisas sobre agentes catalisadores para degradar compostos orgânicos em solos contaminados. Outro grupo vai estudar a preparação de derivados carbonílicos via química limpa.
Oller conta que há projetos envolvendo educação ambiental. “É uma atividade realizada em conjunto com a Escola do Futuro da USP em escolas do ensino fundamental da cidade de Cubatão, direcionada para os professores e os alunos”, esclarece. Outra pesquisa refere-se a um projeto de sustentabilidade da Mata Atlântica financiado pelo programa “Conservation and Sustainability Fellowship Program” da Alcoa Foundation.
Segundo Oller, os recursos iniciais do INCT de Estudos do Meio Ambiente giram em torno de R$ 4,650 milhões.
Mais informações: (11) 3091-2216 / 2246 ou pelo e-mail: oller@usp.br, com o professor Cláudio Oller.
(Por Valéria Dias, Agência USP, 16/02/2009)