Um dos principais produtores nacionais de tomate, Caçador, no Meio-Oeste catarinense, concentra pesquisas para aperfeiçoar a qualidade do fruto, minimizar as perdas e melhorar a qualidade de vida das centenas de famílias que tiram seus sustentos da produção.
Há dois anos, uma parceria da Epagri/Estação Experimental de Caçador e Universidade do Contestado (UnC) desenvolve estudos na área para enaltecer ainda mais os benefícios do tomate ao metabolismo humano. Através do método denominado Produção Integrada (PI), os especialistas reduzem as aplicações de agrotóxicos nos tomateiros e, de quebra, orientam os produtores sobre o correto manejo da plantação.
De acordo com o pesquisador da Epagri Walter Becker, o desafio da PI é substituir as práticas agrícolas do sistema convencional, que prioriza o uso excessivo de defensivos agrícolas e o manejo inadequado do solo, por um sistema alternativo, centrado em métodos científicos que indicam a correta aplicação dos recursos naturais, substituem os insumos poluentes e garantem a sustentabilidade da produção agrícola. Ao final da safra, quando chega a hora de colher os frutos, o produtor de tomates percebe o salto de qualidade da produção.
Foi isso que o produtor Sidinei Bertotto constatou na semana passada, quando começou a colher os tomates dos 1,6 mil hectares cultivados com a técnica alternativa. Ao provar os tomates, o gosto chamou-lhe a atenção.
– São frutas muito mais gostosas e saborosas. Não poderia ser diferente, porque a gente aprende a usar os agrotóxicos e defensivos corretamente, não fica mais no “achômetro”, como fazia antes. Eu olhava as plantas e achava que elas estivessem precisando de um insumo e aplicava. Cometia muito erros, porque não tinha um estudo para apontar a hora certa da aplicação. Agora, a gente consegue saber quando aplicar e em quais quantidades – contou.
Ao fazer parte da unidade de observação dos pesquisadores, Bertotto beneficiou-se dos estudos do professor Leandro Marcuzzo, coordenador do curso de Agronomia da UnC. Marcuzzo desenvolve pesquisas para minimizar as perdas ocasionadas pela mancha bacteriana, uma praga que queima o fruto. Acompanhando cada pé, o pesquisador determina quando é o momento para aplicar defensivos que inibirão os prejuízos da mancha.
(Por Francine Cadore,
Diário Catarinense, 16/02/2009)