Embora tenha capacidade para aliar geração de renda e conservação ambiental, a pesca amadora vem sendo praticada há décadas pelos pescadores de forma desordenada, por conta da falta de fiscalização e da escassez de informações sobre o assunto.
Para incentivar o equilíbrio e a sustentabilidade do setor, pelo menos nas regiões de Iguape, Cananéia e Ilha Comprida – situadas entre o extremo sul do litoral paulista e o norte do Paraná e conhecidas como Complexo Lagamar –, a ONG SOS Mata Atlântica, em parceria com diversas instituições, vai lançar no dia 19 de fevereiro o projeto “Mata Atlântica & Pesca: Diagnóstico e Ordenamento Participativo da Pesca Amadora”.
A iniciativa pretende monitorar e diagnosticar a pesca amadora para, assim, incentivar a atividade de forma sustentável, isto é, aliar geração de emprego e renda à conservação ambiental dos pesqueiros. Entre as ações propostas pelo projeto, destacam-se: o monitoramente das pescas, o mapeamento da cadeia produtiva, a pesquisa sobre o perfil do pescador amador, a organização de cursos para guias de pesca, além de reuniões para discutir de forma participativa o ordenamento da pesca amadora.
E para aproximar a população da iniciativa, os próprios guias de pesca da região participarão da coleta de dados do projeto. Em Iguape, um piloto do Mata Atlântica & Pesca foi realizado em dezembro de 2008 e já contou com a participação de quarenta guias de pesca, que catalogaram 1.810 peixes de vinte espécies diferentes.
A região Lagamar foi escolhida pela Mata Atlântica para sediar o projeto por ser uma Área de Proteção Ambiental, classificada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como de extrema importância e prioridade para a conservação, uso sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade.
“Esse mosaico de ambientes marinhos e costeiros, com alta relevância ecológica, qualifica a região como um importante berçário para diversas espécies marinhas. Além disso, sua beleza cênica e produtividade biológica apresentam um grande potencial para a pesca e ecoturismo, principais atividades econômicas da região”, explica o biólogo Fabio Motta, coordenador do projeto.
(Por Débora Spitzcovsky,
Planeta Sustentável, 13/02/2009)