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coleta seletiva lixo nas cidades
2009-02-13
Cooperativas deixam serviço em centenas de edifícios; alguns recicláveis valem 10 vezes menos do que em outubro

A crise econômica mundial derrubou os preços das commodities nas bolsas, afetou as empresas que reaproveitam materiais usados e cortou pela metade os ganhos dos catadores, que começam a deixar a atividade. A consequência é um golpe no processo de reciclagem, principalmente quando se fala do lixo dos prédios residenciais. Em São Paulo, somente a maior cooperativa reduziu em dois terços as atividades, deixando de fazer a coleta em cem edifícios. Estima-se que existam na cidade pelo menos cem cooperativas.

O Projeto Vira Lata é considerado a maior cooperativa de coleta de material reciclável em prédios paulistanos. Até outubro, eram recolhidos pelos quatro caminhões da entidade cerca de 300 toneladas de lixo por dia, que os funcionários separavam e vendiam para a indústria. "Hoje um caminhão fica constantemente parado e tivemos de largar 100 dos 150 edifícios", diz o coordenador, Wilson Santos.

Os prédios com as coletas interrompidas tiveram prejuízos por terem investido em alguns materiais para separar os resíduos. O dentista Eduardo Ruiz, por exemplo, gastou aproximadamente R$ 200 para comprar dez grandes "bags" para separar e armazenar o lixo. Uma vez por semana, os caminhões do Vira Lata passavam pelo local. Desde janeiro, todo o lixo voltou a ser misturado e recolhido pelas concessionárias da Prefeitura.

"Eu reuni os moradores para apresentar o sistema, junto com a ONG, coloquei avisos nos elevadores e comprei recipientes para separar o lixo. Quando estávamos começando a funcionar, eles falharam no recolhimento algumas vezes e depois ligaram dizendo que iam parar", conta Ruiz.

Ele também começou a procurar outras cooperativas, mas nenhuma está aceitando o serviço. Por causa das dificuldades financeiras, algumas fecharam nos últimos meses e as que permaneceram funcionando perderam em média 30% do pessoal. Na Associação de Catadores do Parque do Gato, trabalhavam aproximadamente 140 pessoas até novembro - atualmente, só há 60. "Eles ganhavam até R$ 800 por mês e hoje não tiram metade disso", diz o supervisor Jurandir Inácio. Ele cita como exemplo da crise o preço do quilo de jornais e revistas, que custava R$ 0,22 em outubro e agora sai por R$ 0,02.

O catador José Horácio Sabino, de 50 anos, até achou que estava sendo enganado quando a cooperativa começou a pagar menos pelo seu material, em outubro. "Eles falavam que era por causa da crise econômica, mas eu custei a acreditar." Na tentativa de equilibrar o orçamento, passou a trabalhar cada vez mais, enquanto via os preços dos produtos despencarem em um ritmo maior. "Já tive emprego, fui camelô... Agora não sei mais aonde ir", diz.

Na tarde de ontem, José Miguel chegou ao Parque do Gato com 109 quilos de papelão, fruto de um dia inteiro de trabalho pelas ruas. Quando saiu, tinha exatamente R$ 8,75 no bolso, compostos por duas notas de R$ 2 e um apanhado de moedas. "Como vou sustentar uma família?", questionou, apontando para as moedas.

(Por Renato Machado, Estado de S. Paulo, 13/02/2009)

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