Unidades do Maranhão e do Ceará, com investimentos de US$ 30 bi, devem começar a operar em 2013, seis meses antes do prazo anteriorApesar de todas as críticas que recebeu por manter os planos de investimentos em duas novas refinarias voltadas para a exportação, a Petrobrás antecipou em pelo menos seis meses a construção das unidades no Maranhão e no Ceará, que deverão receber investimentos de US$ 30 bilhões. Agora, as unidades terão, respectivamente, uma primeira fase de operações no primeiro e no segundo semestre de 2013. A segunda etapa das duas deve operar em 2015.
As duas refinarias devem garantir a autossuficiência nacional em óleo diesel e fazer do Brasil um país exportador, disse ontem o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, reconhecendo que hoje o país é autossuficiente apenas em petróleo e alguns combustíveis (gasolina entre eles).
De acordo com Costa, no ano passado o Brasil chegou a importar picos de 100 mil barris de diesel por dia (bpd). Já em janeiro, segundo ele, foi uma média de 30 mil bpd. Costa aposta na safra brasileira, que deve ser igual a 2008, para garantir o mesmo nível de consumo de combustíveis no País.
Segundo Costa, a antecipação das refinarias foi decidida para acompanhar o ritmo de crescimento da produção de petróleo do País : "Dizemos há um bom tempo que não queremos nos tornar exportadores de petróleo, mas sim de derivados".
Ele voltou a criticar a atitude de analistas que julgaram inconveniente que a estatal faça os investimentos nestas duas unidades de refino voltadas para a exportação em momento de retração do consumo mundial de combustíveis: "Quem afirma isso tem uma miopia de mais de dez graus. Esses projetos não estão sendo criados com uma varinha de condão para começarem a atuar hoje. Estamos olhando para um futuro em que não haverá mais crise".
Seguindo o raciocínio de acompanhar a produção de petróleo no Brasil, Costa não descartou a possibilidade de serem construídas novas unidades de refino após 2013, mas não quis fazer qualquer afirmação neste sentido para "não levar um puxão de orelha da CVM", já que o plano de negócios da companhia só contempla o período entre 2009 e 2013.
Por causa das exigências venezuelanas relativas ao preço do óleo, a participação da PDVSA no capital da Refinaria Abreu e Lima, em parceria com a Petrobrás, está cada vez mais distante. O projeto inicial previa que a PDVSA tivesse 40% da unidade, que vai começar a operar em 2011, com investimentos de US$ 4 bilhões.
(Por Kelly Lima,
Estado de S. Paulo, 13/02/2009)