Para alívio dos produtores rurais e ambientalistas do Estado, não haverá mais parceria entre a empresa inglesa Infinity Bio-Energy e a usina de açúcar Disa, instalada no norte do Estado. Ao todo, a Infinity previa a instalação de cinco usinas de cana no Estado, prejudicando não só o meio ambiente, mas a subsistência dos agricultores da região.
A parceria foi desfeita depois que o Programa de Incentivo ao Investimento no Estado (Invest-ES) publicou, nesta quinta-feira (12), o cancelamento do acordo que garantia financiamento ao projeto no norte do Estado.
Desde o anúncio da parceria, predominava o sentimento de apreensão entre os produtores rurais. A região já é degradada pelos eucaliptais da Aracruz Celulose e seria ainda mais prejudicada com a expansão do cultivo de cana na região.
Ao todo, o grupo transnacional chegou a comprar usinas que demandaram a criação de pólos produtores de cana em regiões compreendidas entre
Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais. Com as aquisições, a Infinity previa ter 13 usinas em operação no País na safra 2008/09, com capacidade para moer 9 milhões de toneladas de cana por ano.
Com a instalação das usinas no Estado, além da degradação do solo e da mata, aumentaria também o uso de agrotóxico e a concentração de terras.
Ao todo, seis empresas produzem açúcar e álcool do Espírito Santo: Lasa (em Linhares), Disa e Alcon (Conceição da Barra), Paineiras (Itapemirim), Albesa (Boa Esperança) e Cridasa (Pedro Canário). Com o projeto, a área ocupada com cana dobraria, passando dos atuais 60 mil hectares para 120 mil.
Os planos da Infinity para o Estado eram ambiciosos. O grupo planejava investir, até 2010, US$ 560 milhões (cerca de R$ 1,2 bi) na construção das usinas.
(Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 13/02/2009)