Estudo divulgado na quarta-feira (11/2) pela organização não-governamental Conselho de Informações sobre Biotecnologia diz que o Brasil foi o responsável por 12% das lavouras geneticamente modificadas no mundo em 2007. Isso significa 15,8 milhões de hectares de lavouras transgênicas no país e a posição de terceiro maior produtor de plantas modificadas do mundo.
De acordo com o estudo, o Brasil só fica atrás dos Estados Unidos (com 62,5 milhões de hectares) e da Argentina (com 21 milhões de hectares). A maior parte das plantações de transgênicos no país é de soja, que toma conta de 14 milhões de hectares; o milho segue logo atrás, com 1,4 milhão. O restante das lavouras é de algodão. A soja transgênica já representa 64% do total das plantações do grão. Já o milho transgênico ocupa 35% da área total e o algodão 14%.
O estudo da ONG informou que a área de plantações transgênicas cresceu 10,7 milhões de hectares no ano passado em todo o mundo, 9,4% em comparação com o ano anterior. No total, as lavouras transgênicas representam 125 milhões de hectares.
Segundo o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Agrobiotecnológica, a ISAAA (sigla em inglês), a área plantada com produtos transgênicos no Brasil teve crescimento de 5,3% em 2008, atingindo 15,8 milhões de hectares.
Com o restabelecimento do ritmo de trabalho da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) - que voltou a se reunir nesta quinta-feira (12/2) para dar cabo de novas liberações -, o representante da ISAAA no Brasil, Anderson Galvão, espera que em dois ou três anos o Brasil ultrapasse a Argentina. Espectativa que, segundo ele, poderia ter sido adiantada se a aprovação do milho transgênico tivesse acontecido mais rápido. A comercialização do grão foi liberada pela comissão em fevereiro de 2008.
Para esse ano, as empresas transnacionais de biotecnologia esperam que o governo libere o uso das sementes de genes combinados - ou seja, resistentes tanto aos herbicidas como a insetos -, principalmente as variedades tolerantes aos pesticidas à base de glufosinato de amônio. Há algumas semanas, a comercialização do agrotóxico e de sementes transgências a ele resitentes foi proibida na Europa, por conta do alto risco que o glufosinato representa à saúde humana.
Galvão ainda acredita que a crise, ao contrário dos males que vivenciam outras empresas e principalmente os trabalhadores, traz bons ventos para o crescimento da produção dos transgênicos. Segundo ele, são nos momentos de crise que acontecem as maiores taxas de crescimento, pois os produtores procuram ainda mais ganhar rentabilidade.
(MST, 12/02/2009)