Uma casa, que serviu de fortaleza para o tráfico, foi demolida ontem, em blitz conduzida pela Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA), na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. A habitação de dois pavimentos foi erguida irregularmente em área de preservação, o que é crime ambiental.
A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, que comandou a operação, garantiu que vai intensificar a repressão às construções ilegais. A ação teve apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), do Batalhão Florestal e de agentes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da secretaria estadual do Ambiente. A secretária do ambiente também vistoriou lixões clandestinos e mandou interditá-los.
- Estamos destruindo esta construção ilegal, a pedido da Polícia Militar, que ocupa a Cidade de Deus desde o mês passado. Esta casa foi construída no charco, espécie de manguezal de água doce, que é área de preservação permanente - avisou Marilene Ramos.
A casa, de dois andares, fora construída havia cerca de três anos. Segundo a polícia, o primeiro andar foi projetado para ser um estabelecimento comercial e o pavimento superior seria uma residência. Porém, após ter sido abandonada pelo antigo proprietário, a habitação foi transformada por criminosos em fortaleza do tráfico, que utilizava o espaço como depósito de armas e drogas. Há cerca de um mês, o BOPE estourou o paiol do tráfico. Houve confronto e os bandidos foram mortos. A tropa de elite da Polícia Militar continua ocupando a Cidade de Deus. Para a demolição, os agentes do Inea usaram uma retroescavadeira e três caminhões.
Minutos antes da operação, os policiais flagraram dois caminhões conduzindo entulho para ser despejado em lixões clandestinos. Os motoristas dos caminhões foram impedidos pelos policiais do BOPE. Na ocasião, a secretária e o presidente do Inea, Luiz Firmino, vistoriaram dois pontos de despejo ilegal de entulho.
-Estamos fazendo um levantamento da quantidade de lixões clandestinos nesta região. Esta prática serve de base para o avanço de novas ocupações, pois o lixo vai aterrando áreas de preservação permanente. Firmamos parceria com a PUC (Pontifícia Universidade Católica) para a identificação de construções irregulares, que estão se expandindo tanto horizontal quanto verticalmente. Esse trabalho está sendo feito por técnicos do laboratório interdisciplinar de meio ambiente da universidade, em comunidades do entorno do maciço da Pedra Branca e do maciço da Tijuca. A partir desse resultado, poderemos adotar as medidas cabíveis - explicou Marilene Ramos.
(JB Online, 12/02/2009)