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emissões de co2 impactos ambientais da agricultura
2009-02-12

Ao todo, o setor agrícola consome até 20,5 GW por hectare a cada ano no país, porém melhores práticas de manejo podem reduzir este número

Cientistas dos EUA rastrearam, pela primeira vez, quanto de energia é usado nas plantações do país e as emissões de dióxido de carbono (CO2) resultantes, abrindo caminho para a adoção de melhores práticas de manejo e contribuindo para a criação de políticas energéticas.

Em 2004, a energia direta usada pelo setor agrícola ficou entre 1,6 a 7,9 gigawatts por hectare por ano (GW/ha por ano), gerando de 23 a 176 quilogramas de carbono por hectare. Se considerada também a energia indireta, o consumo ficou entre 5,5 a 20,5 GW/ha por ano, produzindo 91 a 365 kg de carbono por hectare.  Para se ter uma idéia, o potencial de geração da Itaipu, maior hidrelétrica do mundo, é de 14 GW.

“Prestando atenção nas mudanças no consumo energético e nas emissões de CO2 geradas na produção convencional e na alternativa, nós podemos fazer um melhor trabalho para avaliar os efeitos de diferentes estratégias de seqüestro de carbono”, afirma pesquisador Tristam West, do Laboratório Nacional de Oak Ridge (ORNL) e um dos autores do artigo publicado na edição deste mês da revista online Journal of Environmental Quality.

Apesar das atividades agrícolas representarem apenas 2% das mais de seis milhões de toneladas de CO2 que os Estados Unidos emitem, o estudo pode ter um papel importante com o aumento da conversão de terras para a produção de bioenergia. “Esta informação também pode contribuir com a criação de futuras políticas de uso energético e produção agrícola”, comenta West.

A geração elétrica é a maior emissora de gases do efeito estufa dos Estados Unidos, seguido pelo setor dos transportes, indústrias, residências e comércio.

Os cientistas descobriram ainda que a adoção da prática de redução de culturas entre 1990 e 2004 resultou na queda das emissões em 8,8 milhões de toneladas métricas de CO2. A diminuição de chuvas abaixo da média em 1993 fez com que os campos ficassem alagados nos estados de Minnesota, Iowa, Missouri, Kansas e Nebraska. Como resultado, os fazendeiros plantaram menos e as emissões de CO2 caíram.

 “Mudanças na política agrícola e eventos climáticos extremos influenciam o uso de terras agricultáveis o subseqüente consumo energético e emissões de CO2 associadas com as colheitas”, explica West.

A pesquisa, realizada por West junto com outros cientistas da ORNL, da Universidade do Tennessee e da Universidade do Estado de Kansas, analisou dados de 1990 a 2004 e calculou o consumo energético e as emissões de CO2 de combustíveis fósseis associadas a nove cultivos - milho, feijão, trigo, sorgo, cevada, aveia, arroz, algodão e feno – que, em 2006, representavam 96% do total da safra agrícola dos Estados Unidos.

Para chegar aos resultados, os cientistas fizeram pesquisas independentes, além de utilizar dados do inventário nacional, e estabelecer parâmetros para o consumo energético previsto para as operações no campo e coeficientes de emissão de CO2.
Práticas de manejo

Entre as descobertas, o grupo também observou que o uso energético e as emissões não mudam sempre proporcionalmente à área cultivada. Pelo contrário, eles variam de acordo com cada cultivo e com as práticas de manejo.

As emissões diretas podem ser reduzidas pela metade para algumas plantações se os fazendeiros trocarem o plantio convencional pelo direto, no qual a palha e os demais restos vegetais de outras culturas são mantidos na superfície do solo, garantindo cobertura e proteção do mesmo contra processos danosos, tais como a erosão. O solo só é manipulado no momento do plantio, quando é aberto um sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes.

O estudo não considerou as emissões de óxido nitroso do uso de fertilizantes nitrogenados, porém levou em conta as emissões de CO2 geradas durante a produção do fertilizante nos cálculos de emissões indiretas.

A energia e a emissão indireta estão ligadas ao combustível fóssil usado na produção e transporte de fertilizantes, pesticidas e sementes, incluindo ainda as usinas energéticas que produzem a eletricidade utilizada pela fazenda. Já a energia direta, assim como as emissões diretas, são aquelas resultantes da combustão de combustíveis fosseis que ocorrem no campo.

Outro aspecto central do projeto é que os dados oferecem uma distribuição espacial do fluxo de carbono, que permite aos cientistas comparar informações com medições atmosféricas que fazem parte do Programa de Carbono da América do Norte.

“Apesar das análises continuas, só teremos um melhor entendimento de como a dinâmica do carbono na agricultura dos EUA está sendo impactada através de mudanças na cobertura da terra e no manejo”, concluem os pesquisadores.

A pesquisa recebeu fundos do programa de biomassa do Departamento de Energia dos EUA e foi publicada na edição deste mês do Journal of Environmental Quality.

As informações sobre energia e emissões das plantações dos EUA podem ser acessadas no site do Centro de Análise de Informações sobre o Dióxido de Carbono.

(Por Paula Scheidt, Carbono Brasil, 11/02/2009)


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