O papel sintético desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior de São Paulo, gerou polêmica dentro do setor de papel e celulose, devido à divulgação equivocada de que cada tonelada do produto evita a derrubada de 30 árvores.
"Para ser bem objetivo, o material divulgado não é papel. Trata-se de uma lâmina de plástico, porque papel é feito a partir de fibra de celulose", enfatiza Afonso Moura, gerente técnico da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP).
Quanto ao apelo de sustentabilidade, Moura explica que o material contribui com o meio ambiente, uma vez que o plástico demora 400 anos para se decompor e o produto proposto utiliza plástico reciclado em sua composição. "Mas isso não significa que serão cortadas menos árvores", afirma Moura.
O setor de papel e celulose não utiliza florestas nativas para a produção de sua matéria-prima. "A produção de celulose passou a ser uma atividade agrícola, na qual se semeia a planta para posterior colheita e processamento da celulose", esclarece Moura.
De acordo com o gerente técnico, esse tipo de produto já existe, como nos rótulos de garrafas pet, por exemplo. Mas, "o trabalho demonstra que foi realizado um processo de aperfeiçoamento desse tipo de material, para que houvesse melhor aceitação da escrita e que fosse possível a aplicação em outros tipos de impressão", disse.
(InvestNews,
Celulose Online, 12/02/2009)