Catadores do Bairro Santo Antônio pedem ajuda da comunidade para reconstruir galpão destruído pelo fogoEm poucos minutos, o fogo destruiu a única possibilidade de renda de 50 moradores do Bairro Santo Antônio. Na Rua República dos Palmares, endereço da Associação Simón Bolivar dos Catadores de Lixo, o galpão e todo o material reciclável recolhido nos últimos três meses foi reduzido a cinzas. Para reconstruir a estrutura, os trabalhadores precisam de ajuda.
O incêndio ocorreu na madrugada de sexta-feira. Acordada às 3h30min daquele dia, a presidente da entidade, Terezinha Ferreira, foi às pressas ao local. Sem poder fazer nada, ela viu o fogo consumir um trabalho de dez anos - tempo da criação da entidade, que é ligada ao Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD). “Tínhamos juntado todo o material e estávamos esperando aumentar o preço”, conta. O quilo do papelão, que já foi comercializado a R$ 0,25, hoje vale apenas R$ 0,06. Por isso, segundo ela, o material permaneceu estocado por mais tempo (90 dias). “Infelizmente, virou tudo pó”, observa.
Dentro do galpão havia garrafas pet, caixas de leite, latas e outras embalagens. Os equipamentos utilizados na horta da associação, como enxadas e machado, também foram danificados. “A gente nunca espera por isso. A associação foi criada há dez anos e em 30 minutos perdemos tudo”, afirma Terezinha. A vontade dos 50 associados, de acordo com ela, é de reerguer a sede. Para isso, o grupo de trabalhadores conta com a fé e a solidariedade. “Quando a gente tem vontade, Deus ajuda a encaminhar”, acredita. Materiais como madeira, pratos, panelas, móveis e lonas podem ser doados no local, situado na Rua República dos Palmares, 405. O telefone para contato é 8119-1386, com Terezinha.
Sem cadernosCom o pouco que iria ganhar na venda do material reciclado, Laurentina Couto (58) pretendia comprar cadernos para os dois filhos. Agora, prestes a começar as aulas, eles estão com o material escolar incompleto. “Era o único dinheiro”, diz a catadora, que integra a associação desde que ela foi criada, há dez anos. Segundo ela, que já tentou sem sucesso uma vaga no mercado de trabalho, não há outra possibilidade de renda. “O jeito é levantar a cabeça e começar a luta de novo”, confia. O Corpo de Bombeiros, que atendeu a ocorrência, não sabe qual foi a causa do incêndio.
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O Informativo, 12/02/2009)